A
fantasia publicitária, claramente assumida por Michel Temer, expõe-se à gula da
mídia, mas engana a poucos. Ele se ilude com os conselhos dos marqueteiros
diante da aproximação, em maio, do primeiro ano de governo. É preciso
presidente otimista seria a regra. Mesmo sem o sorriso de JK.
Parece
mesmo que, diante de um cenário ruim, Temer está condenado a se aplicar um
treinamento diário diante do espelho, para sustentar falsas afirmação e
confiança no futuro.
A
mais recente manifestação disso ocorreu a partir da modesta nota de crédito da
Petrobras, B2 para B1, na classificação de risco Moody’s.
Em
seguida ao resultado, ele tuitou, orgulhoso: “O País está no rumo certo”.
Dias
antes, solicitado a fazer a avaliação do governo no primeiro ano de poder, não
titubeou: “Não cometi nenhum erro. Cometi acertos”. Talvez não saiba que em bom
português duas negações afirmam.
Muito
vivo esse falso cândido. Ele sabe que está na contramão dos fatos. Os números
das pesquisas mostram o quanto está afastado das agruras da população e até
mesmo da angústia de alguns empresários e de outros setores da economia. O que
parece bom para Temer é ruim para o País.
A
popularidade dele, já pequena desde a ascensão ao poder, está em queda devido
aos resultados altamente negativos em todas as regiões do País. E, claro, Temer
paga também pela frágil confiança da população com 17% e a desconfiança de 79%.
Na
pesquisa Ibope, há uma curiosa resposta dos entrevistados em relação à política
de combate do governo, tanto à inflação quanto ao desemprego. A inflação está
em queda, proclamam aqui e acolá.
GráficoHá
uma reação massacrante do governo na pesquisa: 72% desaprovam e 23% aprovam o
combate à inflação. No caso do desemprego, a resistência é ainda maior: 77%
desaprovam e 20% aprovam (tabela).
Existe
uma conexão flagrante entre as duas respostas recolhidas pelos pesquisadores
sobre esses temas. A sociedade identificou na inflação o efeito provocado no emprego.
Há
outro vínculo curioso nestes problemas fundamentais da crise econômica.
As
maiores resistências à obsessão do governo com a cartilha do neoliberalismo são
as de brasileiros com idade entre 25 e 44 anos de idade. É o que mostram os
dados da pesquisa nos itens da idade, da escolaridade e da renda familiar.
Essa
situação aumentou o julgamento negativo de Temer. Isso, independentemente do
ministério de indesejáveis montado e desmontado. Boa parte deles incluída na
lista de Fachin. Michel Temer faz ouvidos moucos à voz do povo.
Essa
extrema resistência ao governo, só deixam duas saídas. Ou trocar o Temer ou trocar o povo.
Publicado
originalmente no portal Carta Capital
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