A
seca do Ceará tem perdido força desde o início da quadra chuvosa deste ano, em
fevereiro. É o que indica o acompanhamento da Agência Nacional das Águas (ANA),
por meio do Monitor de Secas do Nordeste. Nos últimos três meses, o Estado
conseguiu reduzir o índice de severidade da estiagem, saindo do mais crítico e
avançado patamar da escala — o de “seca excepcional” — para níveis mais
brandos, como o de “seca fraca” e “grave”. A tendência de melhora, no entanto,
preocupa com a diminuição das chuvas registrada neste mês.
Em
janeiro, antes do início do período chuvoso, o Ceará tinha 63,6% do território
considerado em “seca excepcional”. O nível é caracterizada pela perda
generalizada de pasto e o surgimento de situações de emergência em razão da
escassez de água. Foi a situação mais dramática observada no Estado desde
dezembro de 2015.
No
último levantamento, referente a março, o Estado conseguiu alcançar uma
condição mais favorável. Já não existem regiões do Ceará em seca considerada
excepcional. A maior parte do território cearense (46,06%) está em seca fraca,
seguida da condição grave (35,76%). Nesses níveis, ainda são observados
problemas como a falta de recursos hídricos, mas os pastos apresentam melhora,
assim como a agricultura.
O
registro de chuvas acima da média a partir de fevereiro deste ano é a principal
justificativa para essa evolução. É o que aponta o meteorologista David Ferran,
da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). “A quadra
chuvosa deste ano ainda nem terminou e já conseguiu superar todo o período do
ano passado”, cita.
Em
2016, o acumulado de chuvas entre o período de maiores precipitações —
fevereiro a maio — ficou com 327,4 milímetros (mm). Este ano, as chuvas já
somam 450,2 mm de fevereiro até ontem, faltando cerca de um mês e duas semanas
para o fim da quadra chuvosa.
A
tendência de chuvas acima da média, contudo, pode ser interrompida neste mês. A
esta altura, já com mais de duas semanas, abril ainda não conseguiu alcançar a
metade da média histórica para o mês. As chuvas acumuladas até aqui foram de
90,6 mm. O normal observado para todo o mês abril é de 188,0 mm.
O
volume de precipitações pode influenciar na redução da severidade da seca no
Estado. “Essa melhora vai depender das chuvas registradas daqui pra frente. Se
chover bastante, bem acima da média, pode ser que algumas regiões reduzam a
severidade da seca”, considera Ferran.
De
acordo com o meteorologista, não é possível dizer se abril deve alcançar a
média histórica. Isso porque a Funceme só oferece prognóstico para meses
separadamente.
O
Monitor de Secas é um mecanismo do Governo Federal de controle e acompanhamento
da evolução da estiagem no Nordeste. As informações são atualizadas
mensalmente.
Em
toda a região Nordeste, houve uma melhora na severidade da seca na porção mais
ao norte. Em janeiro, quase toda a região estava em condição de seca extrema ou
excepcional. Em março, apenas parte do estado do Maranhão estava sem estiagem.
No
Ceará, 18 dos 184 municípios continuam em situação de contingência, de acordo
com a Cagece. Nesses locais, há ações como rodízio de abastecimento e uso de
carros-pipa. Os municípios são: Apuiarés, Araripe, Baixio, Boa Viagem, Campos
Sales, Catarina, Deputado Irapuan Pinheiro, Granjeiro, Ipaumirim, Iracema,
Mombaça, Mulungu, Pedra Branca, Pereiro, Piquet Carneiro, Potiretama, Salitre e
Umari.
Com
informações O Povo Online
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