Faltando
mais de um mês para o fim da quadra chuvosa, o Ceará já conseguiu recuperar
parte do volume dos reservatórios e chegou à mesma quantidade de água
armazenada no fim do período de chuvas do ano passado. Em 2016, a situação
tinha sido inversa. Em vez de receber aporte, os reservatórios reduziram a água
armazenada no período de chuvas. Agora, a situação é mais favorável, mas não
coloca o Estado em condição de conforto.
As
precipitações continuam irregulares, se concentrando ao norte do Estado, e os
grandes reservatórios cearenses (Órós, Banabuiú e Castanhão) ainda não
atingiram níveis satisfatórios. Com isso, o Estado segue com municípios em
situação de contingência. De acordo com a Cagece, são 18 cidades nessa
situação. Nesses locais, são adotadas medidas como rodízio de abastecimento e
oferta de carros-pipas para preservar os recursos hídricos
Desde
dezembro de 2015, o Estado vem mantendo tarifa de contingência aplicada na
conta de água. No último mês de setembro, passou a ser cobrado 120% sobre o
excedente, para quem não economiza 20% do consumo médio.
“As
chuvas estão se concentrando na parte mais ao norte do Estado. Isso é bom
porque cidades como Sobral (que nos preocupava) hoje conseguiram pegar muita
água, mas ainda existem regiões que preocupam, como o Sertão de Crateús que não
recuperou quase nada”, explica João Lúcio Farias, presidente da Companhia de
Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
De
acordo com ele, a expectativa é que, até o fim de maio, as chuvas tragam novos
aportes. “A nossa expectativa é de que as chuvas deste ano tragam alguma reação
nos açudes médios, mas a situação dos grandes reservatórios ainda é
preocupante. Por isso, temos que continuar o controle do abastecimento”, diz
Farias.
Karlos
Welby, vice-presidente do Comitê da Bacia do Baixo Jaguaribe, reforça que esse
cuidado com o abastecimento deve continuar. A região do Vale do Jaguaribe é uma
das que menos conseguiram recuperar o volume dos açudes, principalmente por ser
abastecida por grandes reservatórios, como o Orós e o Castanhão, que ainda não
evoluíram bem.
“A
nossa preocupação primeira é o consumo humano. As sedes dos municípios têm água
garantida pela instalação das adutoras, mas ao longo da bacia o abastecimento
ainda tem sido um problema”, afirma. Atualmente, o Castanhão, que abastece
Fortaleza e a Região Metropolitana, está com 5,8% da capacidade. O Orós, um os
maiores do Estado, atua com 10,8% do volume total.
Os
municípios que permanecem com medidas de contingência são: Apuiarés, Araripe,
Baixio, Boa Viagem, Campos Sales, Catarina, Deputado Irapuan Pinheiro,
Granjeiro, Ipaumirim, Iracema, Mombaça, Mulungu, Pedra Branca, Pereiro, Piquet
Carneiro, Potiretama, Salitre e Umari.
O
Estado entrou na quadra chuvosa deste ano com 6,3% do volume total dos
reservatórios monitorados. Em 2012, no início do período de seca, o Ceará tinha
66% da capacidade total.
Com
informações O Povo Online
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