Plenário do Tribunal Superior Eleitoral em Brasília (Foto: Nelson Jr.) |
É
patético o apelo de gente do porte do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
para que a justiça eleitoral brasileira compreenda o momento grave e encontre
uma saída que mantenha Michel Temer à frente do comando do País.
Patético
porque embute uma ideia de impunidade que não se coaduna com a realidade que
vivemos, que pede a responsabilização dos que tiverem errado, independente da
posição que ocupem. Até se pode dizer, inclusive, que quanto maior o cargo mais
exemplarmente é necessário que a condenação venha. Se Temer errou, sem dúvida,
precisa ser punido.
A
única coisa que se deve cobrar dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), diante da missão histórica que lhes está entregue pela circunstância, é
que saibam se portar como magistrados. No caso, o que representará capacidade
plena de decidir com base no que indicarem a investigação e as provas colhidas,
sem deixar que qualquer interesse outro influa na decisão a ser tomada em nome
do que espera uma sociedade aflita.
O
medo do caos institucional, por real que seja, não pode ser apontado como
justificativa para qualquer retrocesso na caminhada importante que o Brasil
começou, há alguns anos, por uma ordem nova na política. Nela, não podem caber
privilegiados e nem intocáveis.
Publicado
originalmente no portal O
Povo Online
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