Com faixas e cartazes, as mulheres percorreram a avenida Des. Moreira durante o ato em Fortaleza (Foto: Lucas Braga) |
Mais
de 20 movimentos feministas realizaram, na manhã de ontem, Ato Unificado do Dia
Internacional das Mulheres. Com ações agendadas para várias cidades do mundo,
Fortaleza teve a manifestação iniciada na Praça da Imprensa Chanceler Edson
Queiroz, no bairro Dionísio Torres, com caminhada rumo à agência do INSS na rua
Maria Tomásia. O objetivo do evento, segundo a organização, foi denunciar a
retirada e violação de direitos e defender as vidas, a autonomia e a liberdade
das mulheres.
Dirigente
do setor de formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
Íris Carvalho, 34, contou que o intuito do ato foi ainda informar sobre a
Reforma da Previdência e denunciar a “retirada de direitos da classe
trabalhadora”. “Nós, agricultoras, começamos a trabalhar desde cedo na roça e
temos uma vida pesada de trabalho. Então, se aposentar com 70, 80 anos é
inadmissível”, criticou.
Ticiana
Studart, 37, representante do Comitê Estadual da Marcha Mundial das Mulheres,
disse que no Brasil um dos principais eixos é a oposição o que chamou de
“contrarreforma” da Previdência, que, de acordo com ela, retira direitos da
classe trabalhadora. “Igualar o tempo de contribuição de homens e mulheres é um
absurdo. Ganhamos menos que os homens, além do trabalho doméstico e cuidado com
os filhos, ou seja, temos uma dupla ou tripla jornada”.
Chamaram
a atenção no ato faixas e os cartazes referentes à morte de Dandara dos Santos.
A travesti foi espancada e assassinada no último dia 15 de fevereiro, no bairro
Bom Jardim.
Professora
e integrante do Instituto Negra do Ceará, Cícera Barbosa, 31, alertou ainda
para a questão racial relacionada às desigualdades de gênero. “Para além do
machismo, sofremos com o racismo. Somos nós as mais assassinadas e a gente está
aqui para dizer que nossas vidas não valem menos por conta do nosso sexo e da
nossa cor”.
Com
informações O Povo Online
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