Pela
primeira vez na série histórica, o Brasil ficou estagnado no Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). Relatório das Nações Unidas divulgado ontem
revela que o País alcançou o indicador 0,754, de uma escala de 0 a 1, o mesmo
obtido no ano anterior.
Com
esse desempenho, o País se mantém na 79ª posição no ranking, empatado com a
Ilha de Granada. A Noruega, primeira da lista, alcançou o IDH 0,949. A pior
colocação foi da República Centro-Africana, com 0,352. Ao todo, participam do
ranking 188 países e territórios.
“São
poucos os países que ficam estagnados ou caem no desempenho do IDH. A tendência
é de todos avançarem de um ano para o outro”, afirmou a coordenadora do
Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional, Andréa Bolzon. Neste ano, por
exemplo, mais de uma centena de países apresentou melhora nos indicadores.
A
queda de IDH foi registrada sobretudo em países que enfrentaram condições
adversas. Foi o caso, por exemplo, da Síria. Para Andréa, o desempenho
brasileiro é reflexo da crise econômica que o País já enfrentava em 2015, ano
da coleta dos dados do relatório.
A
pesquisadora observa, por exemplo, que entre 2014 e 2015 a pobreza no Brasil
aumentou, rompendo um ciclo de queda identificado desde a década anterior.
Dados indicam que, em 2015, 3,63% da população vivia em situação de extrema
pobreza, com uma renda mensal per capita de até R$ 70. Naquele mesmo ano, 9,96%
da população era classificada como vulnerável à pobreza, com rendimento de até
R$ 140 reais por mês.
O
desemprego, por sua vez, cresceu de forma expressiva neste mesmo período. Os
mais afetados foram jovens. A taxa de desemprego entre 15 a 24 anos em 2015 era
de 23,1%, bem acima dos 17% identificados em 2014. Em seguida, estavam as
mulheres. O nível de desemprego entre mulheres cresceu de 8,9% para 11,8% no
biênio 2014-2015, de acordo com dados da Pnad.
Desenvolvido
há 26 anos, o IDH tem uma escala de 0 a 1. Quanto mais próxima de um, melhor a
situação do país. As notas são dadas a partir da avaliação de três quesitos:
saúde, educação e rendimento. Entre 1990 e 2015, a média de crescimento do IDH
brasileiro foi de 0,85% ao ano.
A análise dos dados mostra que o que levou o
País a quebrar essa trajetória foi o padrão de vida. A renda nacional per
capita foi de 14.145 P.P.P. (paridade de poder de compra, uma medida
internacional usada para permitir comparação entre diferentes moedas). Em 2014,
a renda havia sido 14.858. O relatório mostra que, em 2015, a renda per capita
na Turquia, por exemplo, era de 18.705. Já o México era de 16.383 e o Chile, de
21.665.
Nos
outros quesitos do IDH, o País apresentou uma discreta melhora. A expectativa
de vida (usada para medir o desenvolvimento na área de saúde) foi de 74,7 anos.
Mais do que os 74,5 indicados em 2014. Na área de conhecimento, o Brasil obteve
um pequeno avanço na média de anos de estudo. Passou de 7,7 em 2014 para 7,8 em
2015. Por outro lado, chama a atenção da estagnação de outra variante usada
para avaliar o conhecimento, a expectativa de anos de estudo. Desde 2013, esse
indicador não ultrapassa a marca dos 15,2 anos.
Com
informações O Povo Online
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