Os açudes do Ceará já ganharam aporte de 802 milhões de metros cúbicos (m³) de água de janeiro deste ano até hoje, o que equivale a um crescimento de 65%
na média geral.
O
volume seria suficiente para manter o abastecimento por mais um ano, mas não
para tirar o Ceará da situação de criticidade, conforme analisou a Companhia de
Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Se
os açudes alcançarem em abril e maio o volume de 12% — atualmente está com
10,4% —, será possível “continuar o padrão de atendimento, mantendo os
principais centros urbanos”, afirmou o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias.
Segundo
o gestor, mesmo que bacias como a do Curu e a do Acaraú tenham recebido boas
recargas, saindo de 2% e 10%, respectivamente, para 9,7% e 20,9%, a situação se
mantém grave nas regiões das bacias do Alto e do Baixo Jaguaribe, que se
sustentam com 10,8% e 1,1%.
João
Lúcio ainda alertou que o Orós não tem se recuperado como o Governo esperava.
“Tá bem abaixo. Ele teve um aporte de 28,5 milhões (de m³ de água) até agora”,
citou.
Além
do Orós, os outros dois maiores açudes do Estado, Castanhão e Banabuiú, estão
com níveis muito baixos de água. O Castanhão, que desde o dia 9 deste mês
voltou a ser o principal fornecedor para Fortaleza, Região Metropolitana (RMF)
e Vale do Jaguaribe, se mantinha ontem com 4,96% da capacidade, mesmo tendo
recebido recarga de 72 milhões de m³ este ano. Já o Banabuiú, que recebeu 4
milhões de m³, está com 0,63%.
“Abril
é um bom mês de recarga”, disse, com expectativa, o presidente da Cogerh. E
continuou: “março faz a recarga dos pequenos reservatórios, aqueles que estão
em sítios, fazendas. Depois que esses ‘pegam’ água, ela começa a ir pros médios
e grandes”.
Do
aporte de 778 milhões de m³ este ano no Ceará, 671 milhões de m³ foram só neste
mês de março.
Para
o presidente do Comitê de Bacia do Alto Jaguaribe, Ceza Cristóvão, a
recuperação hídrica do Orós preocupa moradores da região porque, mesmo que o
reservatório tenha suspendido o suporte ao Castanhão, reunião marcada para o
dia 18 de abril, em Iguatu, deve avaliar nova abertura das comportas do açude.
“É o (manancial) mais importante da nossa bacia. Tem que chover muito pra ele
encher”, explicou o gestor.
De
acordo com Ceza, o comitê só é contrário ao uso do Orós para ajudar a abastecer
Fortaleza e RMF porque não recebe, por parte do Estado, nenhuma contrapartida
em recursos para investir na bacia.
Com
informações O Povo Online
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