O
ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu hoje
(23/03) a proposta de que nas próximas eleições, em 2018, o voto se dê em lista
fechada, na qual o eleitor vota na legenda e não em um candidato específico.
A
proposta voltou a ser discutida abertamente nesta semana no Congresso Nacional,
sendo defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB-CE). Pelo sistema, o partido define uma ordem de
preferência de candidatos ao Legislativo e o eleitor vota na legenda.
Barroso
criticou o sistema atual, em que os deputados federais são eleitos de modo
proporcional, mas o voto é nominal. Por esse modelo, o eleitor escolhe um
candidato A, mas seu voto é contabilizado para a legenda e com isso, pode
garantir indiretamente a eleição de outro candidato B, que recebeu poucos votos
diretos.
“A
vida demonstra que mais de 90% dos candidatos não são eleitos com votação
própria. Portanto, o eleitor pensa que está elegendo quem ele quer, no entanto
ele está elegendo quem ele não tem a menor ideia”, afirmou Barroso nesta
quarta-feira, durante um seminário sobre reforma política e financiamento de campanha
no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Barroso
defedeu que, pelo sistema de lista pré-ordenada, o eleitor pode analisar o
"pacote completo". “Aberto
parece bacana e fechado parece ruim. No entanto, no sistema de lista
pré-ordenada, você olha o pacote completo. Embora não possa eleger
nominalmente, você sabe quem está mandando [ao Congresso]”, acrescentou o
ministro.
Uma
das principais críticas à proposta é a de que ela estaria sendo defendida neste
momento com o objetivo de garantir a reeleição, e portanto o foro privilegiado,
para parlamentares que são hoje alvo da Operação Lava Jato. Isso porque caberia
aos partidos montar a lista, e os deputados e senadores que já possuem mandato
teriam mais condições políticas de garantir uma vaga no topo.
“Pessoas
que nunca defenderam esse ponto de vista [lista fechada] subitamente o estão
defendendo, porque as circunstâncias mudaram, os interesses mudaram, e há
algumas conveniências. Mas se as pessoas estiverem fazendo o que é certo, não
importa a sua motivação”, disse.
O
ministro defendeu que deve-se aproveitar o momento para criar sistema
"possível e ideal", ainda que cause algum efeito colateral. “É muito importante nós pensarmos que a vida
não é feita para a próxima eleição, a vida é feita para a próxima
geração", afirmou Barroso.
Com
informações Agência Brasil
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