O
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, ontem (08/03)
que a principal missão do Congresso hoje é priorizar as reformas propostas pelo
governo.
Segundo Maia, a aprovação das reformas “dará condições e segurança
para que o setor privado volte a acreditar no Brasil, a investir e gerar
emprego”.
Questionado
sobre a falta de consenso dos deputados em torno da reforma previdenciária
enviada pelo governo, Maia evitou comentar divergências entre os partidos e
voltou a defender a proposta. “Temos
duas alternativas: ou fazemos uma reforma que não é dura, uma reforma que vá
organizar o sistema previdenciário pro futuro, ou chegaremos a um determinado
momento, se a reforma não for feita, em que teremos que fazer o que Portugal
fez”.
Maia
explicou que Portugal, para driblar a forte crise econômica, cortou os salários
e a aposentadoria de servidores ativos e aumentou os impostos do setor privado.
“A reforma proposta pelo governo [brasileiro] não corta salário de servidor,
não corta aposentadoria e não aumenta impostos pra sociedade”, afirmou.
De
manhã, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participou de uma reunião com
as bancadas do PSD e PRB para convencer os parlamentares da necessidade de
reforma. O ministro foi convidado pelas lideranças para esclarecer alguns
pontos da proposta. Segundo o líder do PSD na Câmara, Marcos Montes (PSD-MG), a
necessidade da reforma previdenciária é clara para os deputados, mas ainda há
muitas divergências em todas as bancadas sobre a forma de implementação das
mudanças.
Montes
disse que a bancada está buscando meios de sugerir e implementar mudanças no
texto sem que se altere a “espinha dorsal” da proposta original do governo. “Em
todas as bancadas há divergência, não adianta esconder isso. Estamos buscando
alternativas para que essas divergências sejam as menores possíveis”, declarou
Montes.
O
líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que entre os
partidos da oposição ficou acordado que a proposta não deve ser votada sem
debate e sem passar por todas as etapas previstas no regimento. “Já conversamos
com o presidente da Câmara. Não haverá atropelo. Vamos seguir rigorosamente o
regimento na tramitação dessas matérias, foi uma condição que colocamos.”
Os
oposicionistas querem ainda que a Casa retome a discussão de outros projetos e
não fique focada apenas nas reformas trabalhista e previdenciária. “Queremos
debater a reforma política, é fundamental votar a reforma política, sobretudo o
sistema eleitoral e o financiamento de campanha, até, no mais tardar, maio. A
Câmara tem que discutir as matérias do governo, mas tem que ter uma agenda
própria, porque senão perde sua capacidade de diálogo com a sociedade.”
Com
informações Agência Brasil
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