A
eleição de 2018 tem se apressado a começar em meio a um cenário de crise.
Impulsionados pela má avaliação de um governo apelidado de “golpista” por
alguns e por uma Operação Lava Jato que ameaça se aprofundar nas denúncias
contra políticos com foro privilegiado, os partidos se antecipam para
apresentar, o quanto antes, os nomes que disputarão a presidência de um País
pós-impeachment.
Um
dos primeiros a garantir seu nome na disputa, o ex-governador do Ceará, Ciro
Gomes (PDT), terá lançamento oficial da sua pré-candidatura no sábado, 18, na
convenção nacional do PDT. Na ocasião, ele também deve alçar a um cargo
nacional da sigla, tornando-se vice-presidente, o que pode ajudá-lo a se
fortalecer nacionalmente.
A
informação é do presidente estadual do PDT, o deputado André Figueiredo.
“Estamos
trabalhando a candidatura do Ciro independente de composições. Se conseguirmos
unir as forças que são hoje da oposição será o ideal, mas se não for possível
continuaremos com a candidatura dele”, afirmou.
Quem
também deve oficializar pré-candidatura em breve é o ex-presidente Lula (PT).
Após manifesto assinado por diversas categorias pedindo pela sua candidatura,
circularam especulações de que ele lançaria o seu nome no próximo dia 20. A
data foi desmentida pela assessoria do PT, que disse que a ideia é que esse
lançamento seja feito em junho, mas ainda não é confirmado.
Os
dois, junto com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-SP), têm adotado
discurso e postura como se de campanha. Enquanto Ciro protagoniza as inserções
do PDT na TV e no rádio, onde critica ações do Governo Temer, Lula é o centro
das do PT. A tática dos petistas, porém, é de defesa do ex-presidente como uma
forma de democratizar o País após o “golpe”.
Lula
também é cotado para presidir o PT. O deputado federal José Guimarães defende que “é necessário, fundamental, que
ele comande o partido”, mas que a
candidatura dele à presidência da República vai acontecer “independente de
qualquer coisa”. Já Bolsonaro se articula com outras siglas para ter mais
estrutura para concorrer.
No
PSDB, a disputa ainda é interna. Com pelo menos três nomes possíveis para
concorrer ao cargo – os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e o
governador de São Paulo Geraldo Alckmin –, o partido também tem ficado atento
ao crescimento de João Dória, prefeito de São Paulo, nas pesquisas.
Embora
ele reitere que vai concluir seu mandato e defenda o nome de
Alckmin,
cientistas políticos avaliam que sua candidatura é provável. “O nome dele
(Dória) é uma surpresa estar aparecendo nas pesquisas, é algo não planejado”,
analisa Paulo Baía, sociólogo da UFRJ.
Talvez
a principal incógnita seja a ex-ministra Marina Silva (Rede). Embora tenha um
bom resultado nas pesquisas e o nome não-citado nas investigações de corrupção,
permanece calada e sem confirmar se entrará no páreo. Militantes da legenda
dizem que ela pode não se candidatar caso não consiga o apoio de outras siglas,
por causa do pouco tempo de inserções na TV e no Rádio.
Há
também o PMDB, um dos maiores partidos, mas visto como “sem nomes para o
pleito” por Baía. Aliado de Eduardo Cunha, o deputado federal Carlos Marun
(PMDB-MS) defende os governadores do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e do
Espírito Santo, Paulo Hartung como presidenciáveis. Já o presidente do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB), diz que partido ainda não sabe se lançará candidato
próprio. “Vamos discutir no momento oportuno”, disse.
Quem
são os políticos que já antecipam a disputa pelo comando do país e o que
esperar da primeira eleição presidencial pós-impeachment"
Aécio Neves (PSDB)
Senador e presidente nacional do PSDB, garantiu uma vitória apertada de Dilma no segundo turno, nas eleições de 2014, e seria o nome mais forte do partido. Perdeu força, porém, após ter sido citado em delações da Lava Jato e não teve bom resultado nas últimas pesquisas.
SITUAÇÃO: Além de concorrer internamente com correligionários para sair como candidato do PSDB, ainda pode vir a ser condenado em algum processo, tornando-se inelegível.
Ciro Gomes (PDT)
O ex-governador do Ceará e ex-ministro lançou pré-candidatura ao cargo na campanha municipal de 2016. Desde então, tem adotado discurso mais crítico ao governo de Temer. Aliado dele, o governador Camilo Santana (PT) já defendeu o nome de Ciro em detrimento do de Lula.
SITUAÇÃO: Sem nenhum impedimento legal e com apoio da legenda, o nome de Ciro já pode ser dado como certo na disputa.
Geraldo Alckmin (PSDB)
Ele é um dos nomes do PSDB cotados para disputar a presidência, junto com Aécio Neves, José Serra e até o prefeito de São Paulo, João Dória. Governador de São Paulo, ele já concorreu ao cargo em 2006, indo para o segundo turno com Lula, que conseguiu se reeleger.
SITUAÇÃO: É um possível candidato, apoiado por Dória, mas pode não vir a se candidatar dependendo da decisão do partido.
João Dória (PSDB)
Prefeito de São Paulo, Dória está no seu primeiro mandato político e já teve seu nome citado em pesquisas sobre a eleição presidencial. Ele afirma que vai terminar os quatro anos à frente da Prefeitura e defende Alckmin para a disputa à Presidência.
SITUAÇÃO: A popularidade que vem conquistando, porém, pode fazer o partido indicar seu nome para o cargo, a depender do resultado das pesquisas.
Jair Bolsonaro (PSC)
Deputado federal conhecido por posições polêmicas, ele vem aparecendo com forte expressão nas pesquisas eleitorais, inclusive com chance de disputar o segundo turno com Lula. Bolsonaro confirma seu nome no pleito desde o ano passado.
SITUAÇÃO: Sem nenhum impedimento legal, Bolsonaro deve se candidatar ao cargo. Só não é certo, ainda, por qual partido vai concorrer. Ele mantém conversa com o PR, mas ainda não há nada definido.
Lula
(PT)
O
ex-presidente considera a possibilidade de se candidatar desde o processo de
impeachment de Dilma, mas ainda não confirmou seu nome na disputa. Uma semana
após aparecer em primeiro lugar em pesquisas, foi lançado um manifesto assinado
por segmentos da sociedade e políticos aliados pedindo a candidatura dele,
SITUAÇÃO: Réu em cinco processos decorrentes da Lava Jato, pode a qualquer
momento ser condenado e se tornar inelegível. Seu nome, porém, ainda é
indefinido.
Marina
Silva (Rede)
Ex-ministra
e ex-senadora, Marina já foi candidata à presidência da República duas vezes,
quase chegando ao segundo turno em 2014. Seu nome tem aparecido com forte
influência nas últimas pesquisas, mas ela ainda não afirmou se pretende se
candidatar ao cargo.
SITUAÇÃO:
Embora tenha popularidade e capital político, Marina não pretende se candidatar
se não conseguir apoio de outras siglas. Isso porque, sozinha, teria poucos
segundos de inserção na TV e no rádio.
Michel
Temer (PMDB)
Embora
já tenha afirmado diversas vezes que não pretende se reeleger, o presidente tem
papel fundamental na disputa de 2018. Isso porque fortalece candidaturas como a
de Lula, que se colocam como necessárias após o “golpe”, e novos políticos,
como o Dória, que vem despontando em pesquisas.
SITUAÇÃO:
Com popularidade baixa, dificilmente será o escolhido do PMDB para se
candidatar. Uma mudança de avaliação do seu governo, porém, poderia alterar o
cenário.
Com
informações O Povo Online
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