Pauta
frequente de projetos de lei e de emendas, a reforma política só começou a
ganhar força este ano no último mês, em meio à expectativa da segunda lista de
Janot, vazamentos de delações e novos escândalos de corrupção.
Às
vésperas das eleições presidenciais de 2018, os parlamentares têm pressa em
votar mudanças na legislação eleitoral e no sistema político, o que tem gerado
desconfiança e críticas de que estariam agindo em benefício próprio.
Um
exemplo é a proposta de lista fechada, uma das medidas que estão sendo mais
discutidas na reforma. Rejeitada no Plenário da Câmara Federal por ampla
maioria dos deputados em 2015, hoje ela é defendida por parlamentares de peso
no Congresso, como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), e o próprio
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, à época, foi contra a medida.
Maia
defende que a lista fechada “fortalece o debate ideológico, das ideias, dá
clareza ao que os partidos pensam”. Segundo ele, ela também “é o melhor sistema
para aumentar a representação da mulher na política, porque ela basicamente
obriga que os partidos sempre tenham equilíbrio maior na colocação de gênero”.
Eunício
afirma que a lista fechada “vai moralizar e fortalecer os partidos, porque o
eleitor vai votar naquele com o qual tem afinidade ideológica e despersonalizar
a política”. Já Temer não é defensor dessa medida. “Eu não tenho tanta simpatia
pela lista fechada. Não quero ingressar nas questões do Congresso Nacional,
mas, se eu pudesse dizer, eu diria que a melhor fórmula é o voto majoritário”,
afirmou.
Quem
critica a medida afirma que ela seria uma manobra dos parlamentares envolvidos
em corrupção e de popularidade baixa de continuarem se reelegendo sem precisar
do voto direto. Isso explicaria a pressa para votar a mudança antes de setembro
deste ano, para que comece a valer já em 2018. Eunício chega a defender que a
maior parte da reforma seja votada através de projetos de lei, e não de PECs,
porque a tramitação é mais rápida.
Defensor
antigo do sistema, o deputado federal José Guimarães (PT) rebate o argumento de
que o objetivo da proposta é perpetuar caciques políticos no poder. “A lista
não é para favorecer ninguém, mas para favorecer os partidos. Para mim, é
fundamental que os partidos tenham cara e programa político, a democracia
brasileira precisa disso”.
Aprovada
em 2015, a última reforma política acabou ganhando a alcunha de minirreforma
eleitoral porque evitou mergulhar mais profundamente no sistema político e
limitou-se a legislar sobre regras, tempo e financiamento de campanhas. A nova
reforma que está sendo discutida ensaia pegar o mesmo caminho, embora algumas
propostas sejam alheias às urnas.
É
o caso do estabelecimento de mandatos para ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF), eleitos por indicação do presidente da República. Fala-se em dez
anos de mandato, contra o cargo vitalício que existe atualmente. Há também a
discussão sobre fim do foro privilegiado, a limitação de reeleição para cargos
proporcionais e até o fim do vice. Voltando ao sistema eleitoral, discute-se
também o fim das coligações eleitorais nas eleições e o fim da figura do vice
nos cargos majoritários.
Com
informações O Povo Online
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