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17 de março de 2017

‘‘A importância de uma ouvidoria’’ por José Valdo Silva

‘‘A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância. Se você é capaz de manter sua mente constantemente rica através da arte de escutar, não tem o que temer. Este tipo de riqueza jamais lhe será tomado. Essa e a maior das riquezas’’. (Dalai Lama)

Ao longo do tempo, a importância da ouvidoria e o seu papel em uma organização estão sendo gradativamente entendidos, muito embora deva ser um processo lento. Ou seja, paulatinamente isso envolve aprendizado e compreensão, principalmente porque permanecem aspectos conflituosos que dificultam o papel da ouvidoria.

Poderíamos indagar: qual a necessidade de termos um espaço para ouvir? E iríamos mais adiante, ouvir o quê e a quem? Realmente, esse é um exercício difícil que, desde os primórdios, sempre se procurou efetivar, podendo até se traduzir como uma postura sábia, sobretudo daqueles que cultivavam a arte de saber ouvir.

A ouvidoria, para ser viva, tem de revelar a necessidade de efetivar canais de comunicação, estabelecer pontes e elos sólidos, precisando de uma sintonia perfeita como meio de interlocução entre a sociedade e a instituição que abriga esse tipo de instrumento importante para o aprimoramento da democracia participativa.

Na verdade, a ouvidoria brasileira é, sem sombra de dúvida, uma porta aberta para a participação do cidadão, um canal de diálogo para a população. A partir das reivindicações e reclamações é, na verdade, uma fonte de recomendações para a melhoria do serviço público, principalmente porque as ouvidorias públicas são um instrumento da cidadania e deverão fincar pilares fundamentais de sustentação das democracias modernas.

É preciso, porém, um trabalho de conscientização do cidadão para um despertar de sua importância no que diz respeito à sua participação direta. Este carece realmente de uma cultura plena de cidadania consciente e plenamente responsável. Parabéns, ouvidor, por conferir agilidade e transparência aos serviços prestados por suas instituições e permitir aos cidadãos o direito de reclamar, sugerir, representar, apresentar críticas e elogios, dentro dos limites republicanos da democracia. 


José Valdo Silva é presidente da Associação Brasileira de Ouvidores/Ombudsman Seccional Ceará (ABO-CE); diretor Cultural e de Publicações da Academia Cearense de Direito (ACED) e procurador de Justiça aposentado.

Publicado originalmente no portal O Povo Online

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