‘‘A
arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância. Se você é
capaz de manter sua mente constantemente rica através da arte de escutar, não
tem o que temer. Este tipo de riqueza jamais lhe será tomado. Essa e a maior
das riquezas’’. (Dalai Lama)
Ao
longo do tempo, a importância da ouvidoria e o seu papel em uma organização
estão sendo gradativamente entendidos, muito embora deva ser um processo lento.
Ou seja, paulatinamente isso envolve aprendizado e compreensão, principalmente
porque permanecem aspectos conflituosos que dificultam o papel da ouvidoria.
Poderíamos
indagar: qual a necessidade de termos um espaço para ouvir? E iríamos mais
adiante, ouvir o quê e a quem? Realmente, esse é um exercício difícil que,
desde os primórdios, sempre se procurou efetivar, podendo até se traduzir como
uma postura sábia, sobretudo daqueles que cultivavam a arte de saber ouvir.
A
ouvidoria, para ser viva, tem de revelar a necessidade de efetivar canais de
comunicação, estabelecer pontes e elos sólidos, precisando de uma sintonia
perfeita como meio de interlocução entre a sociedade e a instituição que abriga
esse tipo de instrumento importante para o aprimoramento da democracia
participativa.
Na
verdade, a ouvidoria brasileira é, sem sombra de dúvida, uma porta aberta para
a participação do cidadão, um canal de diálogo para a população. A partir das
reivindicações e reclamações é, na verdade, uma fonte de recomendações para a
melhoria do serviço público, principalmente porque as ouvidorias públicas são
um instrumento da cidadania e deverão fincar pilares fundamentais de
sustentação das democracias modernas.
É
preciso, porém, um trabalho de conscientização do cidadão para um despertar de
sua importância no que diz respeito à sua participação direta. Este carece
realmente de uma cultura plena de cidadania consciente e plenamente
responsável. Parabéns, ouvidor, por conferir agilidade e transparência aos
serviços prestados por suas instituições e permitir aos cidadãos o direito de
reclamar, sugerir, representar, apresentar críticas e elogios, dentro dos
limites republicanos da democracia.
José
Valdo Silva é presidente da Associação Brasileira de Ouvidores/Ombudsman
Seccional Ceará (ABO-CE); diretor Cultural e de Publicações da Academia
Cearense de Direito (ACED) e procurador de Justiça aposentado.
Publicado originalmente no portal O Povo Online
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