Com
questionamentos políticos e jurídicos, a indicação do ministro da Justiça,
Alexandre de Moraes, para vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal é
essencialmente política. O fato tem gerado desgaste para o presidente Michel
Temer (PMDB).
De
perfil conservador e protagonista de diversas polêmicas, Moraes, além de
ministro de Temer, foi secretário de segurança da gestão Alckmin em São Paulo.
Filiado ao PSDB, o ministro chegou a fazer campanha pelo impeachment de Dilma
Rousseff (PT).
Embora
tenha prometido indicar nome técnico para o lugar de Teori, morto em acidente
aéreo no mês passado, Temer optou por se fortalecer politicamente com a
sugestão do tucano para o STF em um momento crucial da Lava Jato.
A
conclusão é do jurista e professor de direito da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Fabriccio Steindorfer. “Penso que o que
o presidente da República está procurando com a nomeação do Alexandre (Moraes)
é um fortalecimento político para a Corte. Eu vejo que existe um compromisso
muito grande entre o Alexandre de Moraes e o presidente da República”, avalia.
O
jurista Paulo Henrique Blair Oliveira, da Universidade de Brasília (UnB),
discorda. Para ele, a indicação é estritamente jurídica e Moraes possui plenas
condições e notável saber jurídico para assumir o cargo.
De
acordo com Steindorfer, porém, há nomes mais qualificados para ocupar a vaga no
Supremo - caso seja aprovado, Moraes será ministro revisor. Ambos acreditam, entretanto,
que, com as garantias que o cargo concede, as ligações ideológicas se
fragilizam e cada magistrado ganha independência.
Com
objetivo de agilizar o processo de nomeação, o presidente do Senado, Eunício
Oliveira (PMDB), afirmou ontem que a sabatina com o nome indicado por Temer
deverá ser feita o mais rápido possível. A expectativa é que a reunião na CCJ
ocorra no dia 22 próximo, com votação em plenário prevista para o mesmo dia.
“A
essa Casa cabe fazer a sabatina do ministro. Pedirei aos líderes celeridade na
indicação dos integrantes das comissões, em especial da CCJ”, antecipou.
“Eu
sempre disse que o Senado tem a responsabilidade de sabatinar, nós devemos dar
celeridade. A Suprema Corte tem apenas onze ministros, inclusive número ímpar.
Como o presidente da República já anunciou o nome do novo ministro, agora cabe
ao Congresso Nacional tomar as devidas providências”, disse Eunício, conduzido
ao cargo na última semana.
Alexandre
Moraes começou a carreira na gestão pública em 2002, quando foi indicado pelo
então vice-governador Cláudio Lembo (DEM) e nomeado por Geraldo Alckmin no
cargo de secretário de Justiça. Naquele momento, o tucano começava a substituir
nomes ligados ao ex-governador Mário Covas - morto
em 2001.
Com
informações O Povo Online
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