Com
apoio do Palácio do Planalto eleição confirmou o favoritismo de Maia (Foto: Gilmar
Felix)
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O
deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito, ontem (02/02), presidente da Câmara. Maia
obteve 293 votos. Em segundo lugar ficou Jovair Arantes (PTB-GO), com 105
votos; em terceiro, André Figueiredo (PDT-CE) com 59, em quarto, Júlio Delgado
(PSB-MG), com 28; em quinto, Luiza Erundina (PSOL-SP), com 10; e, em sexto,
Jair Bolsnaro (PSC-RJ), com 4. Houve 5 votos em branco. Com o resultado, Maia
permanece no comando da Casa até o final de 2018.
A
eleição confirmou o favoritismo de Maia, que contava com o apoio do Palácio do
Planalto. Apoiado por um bloco de 13 partidos, Maia teve também apoio do PCdoB,
apesar de a legenda ter formado um bloco com o PT e o PDT, que apoiaram a candidatura
de André Figueiredo (PDT-CE).
Antes
da eleição, os candidatos ocuparam a tribuna para apresentar suas propostas.
Primeiro candidato a falar, Maia começou o discurso manifestando solidariedade
à família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela morte cerebral da
ex-primeira dama Marisa Letícia, decretada na manhã de hoje.
No
discurso, ele criticou a judicialização do processo de escolha da Mesa Diretora
da Casa. A candidatura de Maia foi alvo de quatro ações no Supremo Tribunal Federal
que questionavam sua legalidade. “Muito se fala em fortalecimento da nossa
Casa, muito se fala em fortalecimento da Câmara, mas mais uma vez o ator
principal da nossa eleição foi o Poder Judiciário e, por incrível que pareça,
por decisão dos próprios políticos. Essa é uma decisão que vem enfraquecendo a
nossa casa”, disse Maia.
Segundo
Maia, para que país saia da crise, é preciso que se discuta o pacto federativo,
para aliviar o caixa dos estados e municípios. O candidato também defendeu as
reformas trabalhista e previdenciária.
Maia
presidiu a Câmara por sete meses em substituição ao ex-deputado Eduardo Cunha.
Durante sua gestão, manteve boa relação com o Poder Executivo. Para ele, não só
a independência dos Poderes é importante, mas também a harmonia entre eles.
Em
seguida, Jair Bolsonaro ocupou a tribuna. O candidato disse que o Brasil vive
uma crise entre os três Poderes e que a eleição do novo presidente precisava
resgatar a credibilidade da Casa. “Hoje temos um Câmara que não cria lei, que
não fiscaliza, que não representa os anseios do povo. O Poder Legislativo se
apresenta subserviente ao Executivo e ao Judiciário”, afirmou Bolsonaro.
O
orador seguinte, Jovair Arantes, dedicou boa parte de sua fala a uma abordagem
do funcionamento da Câmara. Ele defendeu rodízio "rigoroso" nas
presidências e relatorias de comissões, dando "protagonismo aos deputados
dos mais variados cantos do Brasil". Arantes também defendeu que as
sessões deliberativas terminem antes das 21h. "Aqui não é boate para
funcionar à noite", disse.
Candidato
avulso e quarto a ocupar a tribuna, Júlio Delgado criticou a candidatura de
Maia à reeleição. Delgado leu trechos da decisão do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, que liberou a candidatura de
Maia, mas determinou que ele se pronuncie a respeito dos questionamentos sobre
a ilegalidade de sua candidatura.
Maia
assumiu o cargo em julho passado, após a renúncia de Cunha. Na avaliação de
Delgado, o candidato fluminense faltou com a palavra de cumprir apenas o
mandato-tampão e não tentar se reeleger. “Corremos o risco de abrir um
precedente perigoso com a eleição de um candidato sub judice que pode trazer
consequências para este Parlamento. A instabilidade política e institucional
volta a pairar nesse momento perigoso", disse Delgado.
André
Figueiredo, candidato da oposição, criticou o que chamou de subserviência do
Poder Legislativo ao Executivo. “Há dois caminhos a seguir nesta eleição: o
primeiro, da subserviência, de a Câmara estar sempre atrelada ao Poder
Executivo; o segundo, de abertura da Casa para a discussão de temas
encaminhados não só pelo Executivo, mas também pela população brasileira e
pelos próprios parlamentares”, disse Figueiredo, que defendeu que o parlamento
seja mais permeável às demandas da sociedade.
“Queremos
resgatar o que a Casa já foi. O presidente da Câmara não pode ser instrumento
de chantagem do Poder Executivo, como foi há pouco tempo, ou mero carimbador da
vontade do Executivo, como está sendo agora”, disse.
Última
a se pronunciar, Luiza Erundina disse que o Parlamento tem que respeitar as
manifestações populares que ocorrem dentro da Casa e querem ser ouvidas pelos
deputados. Ela cobrou igualdade de gênero e raça. “Precisamos abrir a Câmara a
temas como a igualdade de gênero e raça.” Erundina também defendeu a reforma
política e cobrou o cumprimento do Regimento Interno e respeito às posições da
Maioria e da Minoria.
Os
deputados Fábio Ramalho (PMDB-MG) e JHC (PSB-AL) foram eleitos em segundo turno
para a 1ª vice-presidência e 3ª secretaria da Mesa Diretora da Câmara,
respectivamente. Ramalho obteve 265 votos contra 204 dados ao deputado Osmar
Serraglio (PMDB-PR). JHC derrotou João Fernando Coutinho (PSB-PE) por 240 a 220
votos.
Cabe
ao 1º vice-presidente Fábio Ramalho substituir Rodrigo Maia, presidente da
Casa, quando este estiver ausente, elaborar pareceres sobre requerimentos de
informações e projetos de resolução para alterar o Regimento Interno, dentre
outras atribuições. Nas viagens do presidente da República ao exterior, Maia é
o primeiro na linha sucessória. Com isso, Ramalho o substitui no comando da
Câmara.
Ao
deputado JHC caberá a autorização de reembolso de despesa com passagens aéreas
de deputados e o exame de requerimentos de licença e justificativa de faltas
dos parlamentares nas sessões deliberativas da Casa.
Veja
como ficou a composição da Mesa Diretora:
Presidente:
Rodrigo Maia (DEM-RJ)
1º
vice-presidente: Fábio Ramalho (PMDB-MG)
2º
vice-presidente: André Fufuca (PP-MA)
1º
secretário: Giacobo (PR-PR)
2º
secretário: Mariana Carvalho (PSDB-RO)
3º
secretário: JHC (PSB-AL)
4º
secretário: Rômulo Gouveia (PSD-PB)
Com
informações Agência Brasil
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