Eunício
Oliveira (PMDB) é eleito presidente do Senado, PSD e PMD oficializam
bloco de oposição ao Governo do Estado na Assembleia Legislativa. No
polo oposto, o DEM passa a compor base de Camilo Santana (PT), o tucano Maia
Júnior toma posse como secretário estadual e as especulações de que o
governador vai deixar o PT se fortalecem – tudo em menos de dez dias. Os
últimos acontecimentos políticos locais são decisivos para as eleições de 2018.
Mesmo
com as cartas na mesa, o jogo está longe de ser definido, e as próprias
lideranças locais têm evitado falar diretamente sobre o pleito. O argumento de
que o período ainda está distante e a prioridade do momento “é fazer uma boa
gestão” vão de encontro aos rearranjos de forças empregados, numa disputa que
parece já ter começado.
Especialistas
ouvidos pelo JORNAL O POVO destacam a polarização entre grupos de Eunício e de Camilo.
Para eles, mudanças implementadas pelo governador no secretariado e comando do
peemedebista no Senado foram os movimentos mais importantes para entender o
cenário. Eles discordam, porém, sobre a viabilidade de Eunício ser candidato ao
Governo.
“O
Eunício no Senado vai ter um papel importante nacional e agregar para a disputa
ao governo local se a Lava Jato não der uma rasteira nele no meio do caminho.
Eu acho que ele deve indicar alguém para concorrer ou só poderá vencer numa boa
surpresa de marketing”, avalia o cientista político e professor da Universidade
Federal do Ceará (UFC), Josênio Parente.
Já
a socióloga do Laboratório de Estudos de Política, Eleições e Mídia da UFC,
Paula Vieira, vê “grandes chances de Eunício ganhar”. De acordo com ela, “se
2018 fosse hoje, o quadro estaria mais favorável para Eunício. Todo o cenário
está favorável para o PMDB”. Ela minimiza, inclusive, a ação da operação
comandada pelo juiz Sergio Moro. “Hoje, as delações não estão influenciando em
nada as articulações nacionais dos partidos”, afirma.
Candidatura
de Camilo à reeleição, entretanto, é consenso. Eles destacam a aproximação do
governador com partidos que tradicionalmente faziam oposição ao PT, como PSDB e
DEM, legenda de Moroni Torgan, vice do prefeito Roberto Cláudio (PDT). Os dois
não descartam saída de Camilo do PT.
“Camilo
nunca teve uma identidade forte com o PT. O PT era só uma legenda a que ele
estava vinculado para disputar um cargo. Ele sempre foi do grupo dos Ferreira
Gomes, essa é a identidade dele”, explicou Paula.
O
motivo da migração, segundo ela, seria o desgaste atual do partido e até a
possibilidade de um “racha pontual” entre ele e o PDT por causa da disputa à
presidência.
Camilo
tem evitado falar sobre o assunto, argumentando que está se preocupando em
“administrar o Ceará”. Secretário da Casa Civil, Nelson Martins reiterou
posição do governador e defendeu que todas as mudanças foram feitas “com a
preocupação de fazer um bom governo. Eleição só deve ser tratada no próximo
ano”, disse.
Outra
possibilidade para a disputa ao Governo, Capitão Wagner (PR) vem buscando
consolidar seu capital político para além dos resultados eleitorais. Novo líder
da oposição na Assembleia Legislativa, ele deve fortalecer seu nome entre os
deputados cearenses com ajuda de Sabino, que, agora,
coordena
a bancada.
“Fortalece
o grupo da oposição, mas é cedo para dizer que, com isso, seremos beneficiados
em 2018”, respondeu Wagner sobre a aliança com Eunício e Cabo Sabino. “Mas é
claro que se eles fizerem um bom trabalho, acaba ajudando o grupo a mostrar que
tem capacidade”, admitiu. O nome do PR disse ser “muito cedo” para garantir que
disputará o cargo.
“Nosso
grupo foi somado com o PSD e o PMB, que têm grandes nomes, então isso terá de
ser discutido. Nosso grupo tem maturidade para discutir isso sem causar um
racha”, avaliou. O tom é o mesmo de Eunício, que afirmou que “é natural que a
oposição no Estado se mantenha organizada em 2018”.
Com
informações O Povo Online
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