"Ao
mestre com carinho." É com essa última e singela ironia que a juíza Regina
Coeli Formisano finaliza a justificativa de concessão da liminar que anulou
nesta quinta-feira (09/02), a nomeação de Moreira Franco como ministro da
Secretaria-Geral da Presidência.
A
citação ao filme inglês de 1967, dirigido por James Clavell e estrelado por
Sidney Poitier, foi apenas a "cereja do bolo" da peça escrita pela
juíza - que em março do ano passado também foi a autora de uma das liminares
contra a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe
da Casa Civil de Dilma Rousseff.
No
caso do ministro de Temer, a juíza diz não ver outra razão para a nomeação
"a não ser a possibilidade de conferir foro privilegiado ao senhor Moreira
Franco" em razão das citações a ele em delação da Odebrecht na Operação
Lava Jato.
A
juíza ainda faz referência às obras de Temer. "Peço, humildemente, perdão
ao presidente Temer pela insurgência (...) Perdoe-me por ser fiel aos seus
ensinamentos ainda gravados na minha memória, mas também nos livros que editou
e nos quais estudei", diz.
"Por
outro lado, também não se afigura coerente que suas promessas ao assumir o mais
alto posto da República sejam traídas, exatamente por quem as lançou no rol de
esperança dos brasileiros, que hoje encontram-se indignados e perplexos ao ver
o seu presidente adotar a mesma postura da ex-presidente impedida e que
pretendia, também, blindar o ex-presidente Luiz Ignácio (sic) Lula da
Silva", afirma a juíza, em tom de provocação.
Com
informações O Povo Online
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