O
Ceará registrou neste fim de semana as maiores chuvas do ano. Apesar de bem distribuídas,
elas não representaram aporte significativo para os principais açudes do
Estado.
O Castanhão voltou a aumentar o volume por dois dias consecutivos, o
que não ocorria desde abril do ano passado. Contudo, o maior reservatório que
abastece os cearenses passou de 4,93%, na última sexta-feira (10/02), para 4,96% da
capacidade total ontem (12/02).
Para gestor de bacias, é cedo para enxergar as chuvas
com otimismo. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
indica mais precipitações para os próximos dias.
O
cenário climático deste fim de semana segue o prognóstico divulgado em meados
de janeiro pela Funceme. À época, o presidente do órgão, Eduardo Sávio, apontou
que a quadra chuvosa deste ano deve aliviar o peso dos cinco anos consecutivos
de seca. Entretanto, pode não abastecer satisfatoriamente os grandes açudes.
Conforme o meteorologista da Funceme Raul Fritz, as últimas chuvas marcam “de
maneira bem típica” o início da quadra, já que foram influenciadas pela Zona de
Convergência Intertropical (ZCI) — principal sistema indutor de precipitações
no Estado.
As
chuvas mais intensas começaram na sexta-feira, 10, e atingiram 81 municípios.
Os postos de medição em Porteiras registraram 128 milímetros (mm). No sábado,
11, as precipitações foram melhor distribuídas, chegando a 138 cidades.
Caucaia, com a segunda maior chuva do Estado este ano, acumulou 168 (mm).
Ontem, em Icapuí, o volume diário foi de 216 (mm), o maior do Estado em 2017.
Para
Alcides Duarte, coordenador geral do Fórum Cearense dos Comitês de Bacias
Hidrográficas, é preciso enxergar com cautela o início da quadra chuvosa. “É
muito cedo para se afirmar algo. A situação dos reservatórios continua crítica.
Sequer temos segurança hídrica para este ano. Seguimos em alerta e
preocupados”, afirmou. Ele ressaltou que as precipitações representaram baixo
aporte para o Estado e atingiu principalmente a região litorânea. “Onde tem que
chover, nos açudes, choveu quantidades insignificantes, que vão embora só com a
evaporação”, comentou.
Segundo
a Funceme, as chuvas desde sexta-feira foram mais intensas no Litoral, Cariri,
Maciço de Baturité e Serra da Ibiapaba. Pela primeira vez no ano, o açude
Castanhão aumentou o nível do volume de água. Ele foi o único dos três maiores
do Estado a ter aporte de água neste fim de semana.
Para
um cenário de maior tranquilidade na crise hídrica do Estado, a Funceme aponta
a necessidade de chuvas regulares. “Dois meses seguidos de chuvas intensas,
acima da média e com boa distribuição, isso permitiria aporte hídrico que
garantiria segurança até a próxima estação”, comentou Fritz em entrevista ao O
POVO no mês passado. Para esta semana, os meteorologistas indicam que o sistema
responsável pelas chuvas deve continuar exercendo influência. O tempo nublado
seguido de chuvas permanecerá em todas as regiões do Estado.
Cidades
com as maiores chuvas do fim de semana
Sábado
(11/02) - Caucaia (168 mm); Tauá (152 mm); Itaitinga (122 mm); Amontada (116
mm); Aracoiaba (116 mm); Aquiraz (115 mm); Amontada (108 mm); Horizonte (108
mm).
Domingo
(11/02) - Icapuí (216 mm); Hidrolândia (98 mm); Poranga (85 mm);
Itaiçaba
(80,4 mm); Crateús (79 mm); Várzea Alegre (68 mm); Iracema (67 mm); Pires
Ferreira (62 mm); Morada Nova (61 mm).
A Funceme registrou apenas 27mm de chuva no mês de fevereiro em Altaneira, mas na contagem do agricultor João Bel no Sítio Poças foram registrados 33mm.
A Funceme registrou apenas 27mm de chuva no mês de fevereiro em Altaneira, mas na contagem do agricultor João Bel no Sítio Poças foram registrados 33mm.
Com
informações O Povo Online
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