O
ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que
sejam ouvidos empresários apontados como donos das gráficas investigadas na
ação que apura se houve irregularidades na campanha da chapa Dilma-Temer em
2014.
Os proprietários das gráficas são suspeitos de ter usado laranjas. O ministro, que é
corregedor do TSE e relator da ação, negou investigação de gráficas
subcontratadas, alegando que isso faria o processo tender “ao infinito”.
A
defesa de Dilma havia questionado, na semana passada, a perícia realizada pela
Polícia Federal (PF) nas gráficas VTPB, Rede Seg e Focal, solicitando perícias
complementares e a investigação também de gráficas subcontratadas, de modo a
confirmar os serviços prestados.
Ao
negar o pedido, Benjamin afirmou que gráficas subcontratadas não são alvo da
ação da qual ele é relator no TSE, e que eventuais irregularidades cometidas
por essas empresas serão objeto de apuração nas esferas cível e criminal
adequada, em processos separados.
“Ainda
que tenham surgido no decorrer da instrução, como é natural, indícios
correlatos à atuação de terceiros, caso das empresas subcontratadas e seus
dirigentes, estender a investigação e a cognição em relação a tais fatos,
significaria extravasar os limites da causa de pedir, relegando o processo a
uma situação de progressão ao infinito, sem possibilidades concretas de
conclusão”, escreveu Herman Benjamin.
Apesar
de negar perícia complementar, Benjamin autorizou as defesas de Dilma e Temer a
enviar mais questionamentos para serem respondidos com os peritos, caso queiram
dirimir dúvidas.
O
ministro determinou também que sejam ouvidas mais quatro testemunhas, que
seriam os verdadeiros administradores das gráficas. Ele determinou as novas
oitivas depois de que cinco testemunhas,
ouvidas em 8 de fevereiro, terem assumido atuar como laranjas das
empresas investigadas.
Vivaldo
Dias da Silva reconheceu ter atuado como laranja de Rodrigo Zanardo, figurando
como sócio-proprietário da Rede Seg. Jonathan Gomes Bastos e Elias Silva de
Mattos, por descreveram suas condições de laranjas nas empresas do grupo Focal,
apontando Carlos Cortegoso como real proprietário. Thiago Martins da Silva e
Isac Gomes da Silva, por sua vez, receberam R$ 1,8 milhão não explicados de
Beckembauer Rivelino, sócio-administrador da VTPB.
Herman
Benjamin determinou que Rodrigo Zanardo e seu irmão, Rogério Zanardo, bem como
Beckembauer Rivelino e Carlos Cortegoso sejam ouvidos em data ainda a ser
marcada.
Em
dezembro de 2014, as contas da campanha da chapa foram aprovadas com ressalvas,
por unanimidade, no TSE. O processo foi reaberto porque o PSDB questionou a
aprovação, por entender que há irregularidades nas prestações de contas
apresentadas. O processo pode levar à cassação da chapa.
Herman
Benjamin enviou também, durante o fim de semana, um ofício a cada um dos
ministros do tribunal eleitoral avisando que enviará seu voto com 10 dias de
antecedência para que possam estudá-lo antes do julgamento em plenário.
Com
informações O Povo Online
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