O governador Camilo e o senador Tasso conversam após inauguração em Fortaleza(Foto:
Marcos Studart)
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O
governador Camilo Santana (PT) colocou fim a semanas de especulações e anunciou
ontem quatro novos secretários de sua gestão. Mais do que marcar nova fase na
administração estadual, mudanças também revelam uma cúpula do Ceará dividida
entre perfis dos rivais PT e do PSDB. Indicações da cota pessoal do petista,
por outro lado, deixam o governo.
Foram
confirmados nomes do ex-vice governador Maia Júnior (Planejamento) e do ex-reitor
da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jesualdo Farias (Cidades). O
ex-deputado petista Nelson Martins, que comandava as Relações Institucionais,
irá para a Casa Civil - a pasta anterior será extinta. Já Lúcio Ferreira Gomes
migrará das Cidades para a Infraestrutura.
Maia
Júnior acabou sendo indicação mais polêmica. Ele comandará pasta que ganha
status de “supersecretaria” em época de cortes e concessões de órgãos públicos.
Apesar de o convite não ter passado pelo PSDB, o empresário é filiado à sigla
há duas décadas e já ocupou o mesmo cargo na gestão Lúcio Alcântara (ex-PSDB,
hoje PR). Maia teria até escutado o senador Tasso Jereissati (PSDB) antes de
aceitar o convite.
Se
perfil tucano assumiu posição estratégica no governo, no aspecto político acabou
prevalecendo o PT. Articulador do governo no parlamento, Nelson Martins irá
para pasta por onde passam todas as questões do Estado.
Pela
manhã, cúpula do PT Ceará demonstrou desconforto com a indicação de Maia
Júnior. Nos bastidores, alguns petistas se queixavam de não terem sido ouvidos
sobre a questão e o perfil “neoliberal” do empresário. Insatisfação, no
entanto, reduziu com confirmação da ida de Nelson Martins para Casa Civil.
Liderança
que não quis se pronunciar sobre o caso pela manhã, o deputado José Guimarães
(PT) classificou indicação de Martins como de “forte simbolismo político”. “Não
foi uma indicação só técnica. Mudanças não alteraram o padrão de sustentação
política do governo, que continua sendo o PDT e o PT”, avalia.
Questionado
se o perfil de Maia, tucano que conduziu profundos cortes na máquina estatal
durante sua gestão na Seplag, não seria uma antítese do que defende o petismo,
Guimarães rebate: “O governador continua sendo do PT, e quem dá a diretriz é o
governador. O Lula mesmo teve o ministro Meirelles, mas era o Lula que dava a
diretriz”.
Quem
é quem
Maia
Júnior (Planejamento) Indicação mais polêmica, Maia Júnior é filiado há mais de
duas décadas ao PSDB. Quadro dos mais respeitados do tucanato cearense, ele foi
vice-governador e secretário do Planejamento de Lúcio Alcântara (ex-PSDB, hoje
PR). Indicação que teve aval de Tasso Jereissati, Maia Júnior teve sua “vasta
experiência” destacada por Camilo.
Jesualdo
Farias (Cidades) Ex-reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi levado
para a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) durante
a gestão de Cid Gomes (PDT) na pasta. Foi também integrante do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. É engenheiro mecânico e
professor efetivo da Universidade Federal do Ceará.
Nelson
Martins (Casa Civil) Até o início do ano, era secretário de Relações
Institucionais, pasta que será extinta em nova reforma administrativa. Filiado
ao PT, foi deputado estadual por três mandatos, onde se destacou após assumir
liderança do governo Cid Gomes (PDT) na Assembleia Legislativa, e secretário do
Desenvolvimento Agrário de Cid.
Lúcio
Ferreira Gomes (Infraestrutura) Irmão de Cid, Ciro e Ivo Gomes, tem perfil mais
“low profile” e menos afeito a polêmicas do que o dos demais Ferreira Gomes.
Assumiu a Secretaria das Cidades após Ivo Gomes deixar o cargo. Foi chefe de
Gabinete do governo Ciro e também secretário de Urbanismo e Obras da Prefeitura
de Sobral, reduto político da família.
Com
informações O Povo Online
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