Prognóstico é ainda mais estratégico que em anos anteriores |
O
cearense tomará conhecimento nesta semana da informação mais importante para
determinar o desenrolar do ano. O prognóstico da quadra chuvosa, a ser
divulgado amanhã (18/01) indicará se a atual seca chegará ao fim ou irá superar
o recorde de estiagem mais longa já registrada. Os dados já apontam que é a
mais severa em mais de um século.
A
depender das projeções da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme), a Capital entrará em racionamento no próximo mês.
O
prognóstico da Funceme será crucial também politicamente. A falta de chuvas já
é considerada pelo governador Camilo Santana (PT) como maior dificuldade de sua
gestão. A previsão sinalizará se ele terá alívio na crise hídrica ou se
continuará a administrar a escassez crescente de água.
Todas
as projeções da Funceme conseguiram antecipar como seria a quadra chuvosa nos
últimos anos, tanto quando houve seca quanto nas ocasiões em que choveu demais.
Para esta quadra chuvosa, o prognóstico também é considerado um dos mais
difíceis.
O
relatório indicará as chances de as chuvas ficarem acima, abaixo ou próximo à
média histórica. As informações são usadas pelo Governo do Estado para a
elaboração de políticas de contingenciamento da seca ou controle enxurradas. “O
prognóstico nos dá uma diretriz. Ano passado, a Funceme deu probabilidade de
chuva abaixo da média. Em março, já começamos a discutir medidas, como o
aumento da tarifa de contingência, implantado em agosto”, ressaltou o
secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira.
Para
chegar às probabilidades, meteorologistas analisam dados acumulados há ao menos
30 anos, incluindo informações sobre campos atmosféricos e oceânicos, anomalias
e fenômenos naturais.
Neste
ano, fatores que poderiam facilitar a previsão não estão presentes, tornando a
tarefa mais difícil. O El Niño (aquecimento das águas do Pacífico), que poderia
influenciar em mais um ano de estiagem, não se apresentou. O La Niña
(resfriamento do Pacífico), por outro lado, está fraco e deve perder força até
a quadra chuvosa. Essas duas variáveis influenciam de forma mais intensa a
quantidade de chuvas. Quando há um ou outro fenômeno, é mais fácil o
prognóstico.
Sem
eles, os meteorologistas se voltam ao Atlântico, que também está indefinido,
além de ser historicamente mais imprevisível.
Para
os gestores, há preocupação tanto se não chover quanto se chover. “Se for um
prognóstico muito ruim, Deus queira que não, vamos ter de pegar o resto da água
e aplicar, basicamente, para abastecimento humano”, projetou Teixeira. O
secretário estima que, num cenário pessimista, até o fim de fevereiro o Governo
deve estabelecer racionamento de água.
“Por
outro lado, se as chuvas forem dentro das normalidades, não podemos nos
empolgar”, ressaltou o titular da SRH, com receio de que a população pare de
economizar ao ver a volta da chuva.
Com
informações O Povo Online
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