Eleito
com agenda própria em outubro de 2014, o governador Camilo Santana (PT) acabou
tendo de adaptar os planos diante de um cenário turbulento.
Chegando agora ao
marco de dois anos de mandato, o petista se viu obrigado a “dançar conforme a
música” e passou boa parte dos primeiros 730 dias de governo administrando
crises que insistiam em aparecer. Na metade da gestão, Camilo equilibra hoje
governo com picos de instabilidade, mas também alguns índices expressivos.
As
crises foram frequentes: mal empossado no cargo, o governador teve de enfrentar
um surto de sarampo e protestos de médicos contra corredores lotados em
hospitais públicos do Estado. Pouco depois, viriam ataques criminosos a postos
policiais, aprofundamento da seca, rebeliões em presídios e unidades
socioeducativas e até um carro-bomba na Assembleia Legislativa.
No
início do 2º ano, Camilo viu o aprofundamento da crise política derrubar a
correligionária Dilma Rousseff (PT) do poder, entregando o governo para
opositores seus no Estado. A falta de apoio inicial, ligada à crise econômica
do País, acabou obrigando o governo a aumentar impostos e engessando grandes obras
- quase concluídas no governo Cid Gomes (PDT), ações como o Centro de Formação
Olímpica (CFO) ou o Hospital de Quixeramobim ficaram “congeladas” na gestão do
petista.
“A
crise econômica afetou o País como um todo, então obviamente afetaria o Ceará.
É claro que a possibilidade de o Estado arrecadar, de ter recursos para tocar
políticas, fica prejudicada”, diz Élcio Batista, chefe de Gabinete do
governador. “Mas o governador Camilo conseguiu conduzir muito bem esse
processo, dialogando, buscando recursos”, diz.
Diante
das pressões, o governo se mobilizou e respondeu às crises - com níveis
variados de êxito. O sarampo, por exemplo, foi erradicado após um ano. Crítica
durante a gestão Cid Gomes, diálogo do governo com Policiais Militares avançou,
com aprovação de promoções e outras vantagens ao grupo.
Ironicamente,
apesar do pequeno legado “físico” de obras, governo Camilo acumula alguns dos
maiores progressos de indicadores do Estado. Na segurança, por exemplo, nível
de homicídios teve a maior redução desde 2000. O Estado também acumulou
vitórias na educação, com 77 das 100 melhores escolas públicas do País.
Para
o futuro, o governo se prepara agora para enfrentar sobretudo a questão
hídrica, que abre 2017 com possibilidade de racionamento em Fortaleza e colapso
hídrico no interior. “Junto com isso, obviamente, vamos continuar investimentos
necessários para as áreas de energia e infraestrutura, avançando também com
concessões de equipamentos públicos”, diz Élcio.
Com
informações O Povo Online
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