Sessão plenária do STF na tarde de 07/012/2016 (Foto: Fellipe Sampaio) |
Por
6 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (07/12) manter o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no cargo. A Corte decidiu
derrubar a decisão individual do ministro Marco Aurélio, que determinou o
afastamento do senador.
Votaram
pelo afastamento de Renan do cargo o relator, Marco Aurélio, e os ministros
Edson Fachin e Rosa Weber. Celso de Mello, Dias Toffoli, Teori Zavascki, Luiz
Fux, Ricardo Lewandowski e a presidente do STF, Cármen Lúcia, foram contra. A
decisão mantém Calheiros na presidência do Senado, mas ele não pode ocupar mais
a linha sucessória presidencial.
O
ministro Marco Aurélio votou para manter sua decisão liminar que determinou o
afastamento de Renan da presidência do Senado. Em seu voto, Marco Aurélio
criticou o descumprimento da sua decisão pelo Senado e determinou envio da
cópia do processo para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que
investigue os integrantes da Mesa do Senado que se recusaram a receber a
intimação e a cumprir a decisão.
Durante
o julgamento, o ministro Celso de Mello, decano da Corte, esclareceu que não
votou pelo afastamento de Renan Calheiros, quando a Corte começou a decidir se
réus poderiam ocupar a linha sucessória da Presidência da República. Dessa
forma, a maioria de votos que justificava a decisão liminar de Marco Aurélio
foi desfeita.
Além
de votar contra o afastamento de Renan Calheiros, o ministro Teori Zavascki
criticou juízes que proferem comentários sobre as decisões de colegas. “Isso
causa desconforto pessoal”, disse o ministro. Apesar de não ter citado um caso
específico, a manifestação foi motivada pelo comentário feito pelo ministro
Gilmar Mendes, que afirmou a um jornalista que Marco Aurélio deveria sofrer
impeachment do cargo.
Ricardo
Lewandowski acompanhou o argumento do ministro Luiz Fux sobre um prejuízo maior
no caso de afastamento imediato de Renan, quando restam menos de 60 dias para o
fim do mandato dele como presidente do Senado.
"Não
há nenhuma indicação de que o presidente da República venha a ser substituído
pelo presidente do Senado num futuro próximo", disse Lewandowski, antes de
seguir o decano Celso de Mello e votar pelo afastamento de Renan somente da
linha sucessória, e não do comando do Senado.
Com
a decisão da maioria da Corte, Renan Calheiros fica impedido somente de ocupar
a linha sucessória da presidência da República em caso de viagem do presidente,
Michel Temer, por exemplo.
A
questão sobre a permanência ou não de Renan no cargo foi motivada por uma ação
original movida pelo partido Rede Sustentabilidade. O partido pediu ao STF que
declare réus (pessoas que respondem a ação penal) impedidos de ocupar cargos na
linha de substituição do presidente da República, formada pelos presidentes do
Senado, da Câmara dos Deputados e do STF.
O
julgamento definitivo sobre o assunto ficou interrompido por um pedido de vista
do ministro Dias Toffoli, com o placar em 6 votos a favor do impedimento e
nenhum contra. Diante do impasse, sobreveio a liminar de Marco Aurélio. Na
semana passada, Renan Calheiros se tornou réu no STF pelo crime de peculato, razão
pela qual a Rede pediu seu afastamento por medida cautelar, no que foi atendida
por Marco Aurélio.
Durante
sua sustentação oral, o procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que
é “necessário afastar de imediato o senador Renan Calheiros do exercício da
nobilíssima função de presidente do Senado da República”. Janot criticou ainda
a postura da Mesa Diretora do Senado, que decidiu não cumprir a liminar que
afastou Renan da presidência da Casa.
O
advogado do Senado, Alberto Cascais, disse que a Casa não teve a intenção de
desafiar o STF ao não cumprir a decisão do ministro Marco Aurélio, que
determinou afastamento do presidente da Casa.
Com
informações Agência Brasil
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