Presidente
do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) se recusou ontem (06/12) a assinar
notificação de afastamento da presidência da Casa. A decisão liminar é do
ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello.
O episódio agrava crise entre poderes Judiciário e Legislativo. Juristas consultados pelo jornal O POVO avaliam que o cenário político e jurídico nacional é grave e requer serenidade no momento em que se aprofunda uma crise sem precedentes.
O episódio agrava crise entre poderes Judiciário e Legislativo. Juristas consultados pelo jornal O POVO avaliam que o cenário político e jurídico nacional é grave e requer serenidade no momento em que se aprofunda uma crise sem precedentes.
O jurista Fabríccio Steindorfer, da PUC-RS, afirma que os destaques ao pacote anticorrupção aprovados pela Câmara dos Deputados tornou a proposta é
uma ferramenta “nefasta” para membros do Ministério Público que trabalham na
Operação Lava Jato.
No
entanto, ele avalia que o principal ponto que desequilibra o diálogo entre as
esferas é a falta de legitimidade da gestão Temer, que tem resvalado em outros
poderes. “As coisas só vão se acomodar quando houver eleição e um presidente de
fato eleito democraticamente.”
Para
o jurista Alexandre Bahia, do Ibmec/MG, a situação “preocupante”, que é uma
“disputa nunca vista antes”, necessita de “serenidade” no momento em que o STF
busca reger demais poderes e o Legislativo perde seu protagonismo. “O STF
precisa se conter. Não é hora de sair à frente para tentar solucionar
problemas, é preciso ter mais serenidade para não tomar decisões intempestivas.
Essa decisão liminar só aumenta o grau de incertezas”, disse.
Paulo
Henrique Blair, jurista da UnB, diz não haver dúvidas sobre a grave crise
enfrentada pelos poderes, mas não crê ainda em crise institucional. “É muito
difícil para qualquer instituição da República dizer que vai ignorar a decisão
do Supremo. Nós estamos num quadro que ainda não é crise institucional, mas
crise sim entre os poderes.”
A
crise entre os poderes se intensificou após Renan Calheiros tentar votar com
urgência o texto do pacote anticorrupção aprovado pela Câmara dos Deputados que
prevê punição para juízes e promotores em caso de entendimento de abuso de
autoridade.
Na
ocasião, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, criticou o texto aprovado
pela Câmara. Em nota, ela afirmou que “já se cassaram magistrados em tempos
mais tristes. Pode-se tentar calar o juiz, mas nunca se conseguiu, nem se
conseguirá, calar a Justiça”.
O
STF tem sessão hoje (07/12) para decidir se afasta mesmo Calheiros da
presidência, o que pode comprometer as pautas do governo. A Mesa Diretora do
Senado manteve o peemedebista no cargo até a votação do pleno do Supremo.
Com
informações O Povo Online
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