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26 de dezembro de 2016

A "cadeira maldita". Quem quer ser Presidente?

No próximo domingo (01/01) às 16h. os vereadores eleitos e diplomados se reunirão em Sessão Solene para suas posses e para a posse do prefeito e vice-prefeito em Altaneira.

Após a posse serão eleitos os membros da Mesa Diretora da Câmara Municipal, dentre eles o presidente, um dos cargos mais cobiçado pelos políticos altaneirenses, que inclusive já gerou grandes discórdias, traições e derrotas eleitorais para seus titulares ou desistências de candidaturas.

O último acordo de sucessão cumprido na Câmara Municipal de Altaneira se deu em 1990, quando o vereador Mundim Soares foi eleito presidente e dois anos depois cumpriu o compromisso e apoiou o seu colega Raimundo Rufino eleito com oito dos nove votos. Vamos aos fatos:

Em 1993 o vereador Ivanildo Cidrão foi eleito presidente com o compromisso de apoio ao colega Zé de Enéias, ambos do PDT, mas às vésperas da votação o presidente declarou apoio ao vereador Zé Arrais (PSDB). Zé de Enéias foi eleito presidente com o apoio da oposição.

Na Legislatura seguinte (1997/2000) a vereadora Damares Arrais (PSDB) foi eleita presidente, também com o compromisso de apoio no segundo mandato ao vereador Albino Alves do mesmo partido. Sem discussão, sob a Presidência de Damares, a Câmara aprovou alteração na Lei Orgânica Municipal, permitindo a recondução no comando do Legislativo. Damares foi reeleita para o segundo biênio no comando da Câmara.

Já a Legislatura 2001/2004 a disputa para o comando do Legislativo foi tranquila, pois, seguia uma eleição de candidato único para prefeito e o vereador Raimundo Rufino foi eleito e reeleito sem dificuldades, pois o único que se apresentou candidato foi o vereador Antonio Dorival que não conseguiu apoio de nenhum parlamentar.

Por sua vez em 2005 a disputa para o comando do Legislativo iniciou com um empate na votação para Presidente. Os vereadores Deza Soares (PPS) e Raimundo Rufino (PSDB), receberam 4 votos cada, um voto foi nulo. O fato testemunhado por poucas pessoas. Em nova votação o vereador Raimundo Rufino foi eleito presidente.

O histórico de traição volta na eleição para sucessão, com a chegada ao grupo de oposição do vereador Raimundo Nonato (PSDB) em 2006. Um acordo foi firmado no sentido de que o vereador que conseguisse três votos no grupo seria o candidato a presidente. Sem apoio dos colegas o ex-tucano se colocou como candidato independente, mas negociou seu apoio a reeleição do presidente Raimundo Rufino.  

Uma hora antes da Sessão o grupo de oposição decidiu apoiar o vereador Raimundo Nonato que comunicou ao atual presidente que não mais poderia contar com o seu voto. o ex-tucano Raimundo Nonato foi eleito presidente com os votos dos vereadores de oposição.

Em 2009 o vereador Raimundim é descartado como candidato do grupo de situação fecha acordo com a oposição, mas três dias depois comunica que será candidato pela situação. Dois anos depois trai seu grupo político e é reeleito com o apoio do grupo de oposição.

O pior aconteceu na atual Legislatura. Sem liderança junto aos vereadores eleitos, o prefeito reeleito Delvamberto Soares tenta fazer um acordo para agradar quatro dos cinco parlamentares, excluindo apenas a vereadora Alice Gonçalves, esposa do vereador Raimundim, que exerceu a Chefia do Executivo por quase 9 meses.

O acordo era o seguinte: os quatros parlamentares se revezariam no comando do Legislativo nos quatro anos de mandato. A escolhida para o primeiro ano foi a vereadora Lélia de Oliveira (PCdoB), considerada uma amiga fiel do prefeito Delvamberto e do vereador Deza Soares, líder de seu partido. Lélia inclusive mereceu menção honrosa no discurso de posse do prefeito. Lélia foi eleita na primeira Sessão de 2013.

Ocorre que no mesmo ano, antes da data marcada para a renúncia da presidente, esta comunicou que seu partido não concordou com os termos do acordo e não poderia renunciar. Novo acordo foi firmado para eleição do vereador Antonio Leite no segundo período. No dia da eleição a vereadora Lélia, mais uma vez traiu o grupo, comunicando que seria candidata a reeleição,  poucos minutos antes do início da Sessão. Lélia foi reeleita com os votos da bancada da oposição.

No entanto, o sucesso na eleição da Mesa Diretora quase sempre se transforma em derrota, desistência ou impedimento nas eleições posteriores como se vê com os seis políticos que sentaram na cadeira de Presidente da Câmara Municipal de Altaneira nos últimos anos:

"1) Ivanildo Cidrão, Damares Arrais e Raimundim desistiram da disputa eleitoral;
2) Raimundo Rufino, Raimundo Nonato e Lélia de Oliveira foram derrotados nas urnas."

Outro ponto que marca a passagem dos vereadores pela Presidência da Câmara Municipal é que quase todos são relacionados na famosa "Lista da Ficha Suja do TCM", daí o apelido de "cadeira maldita" .

Até o fechamento desta postagem não havia divulgação de nenhum acordo para a disputa da Presidência da Câmara Municipal de Altaneira no próximo ano, mas o vereador Antonio Leite é candidato natural, pois foi preterido duas vezes na atual Legislatura.

Um comentário:

  1. O tabu foi mantido por mais 4 anos, os vereadores Antonio Leite (PDT) e Francisco Adeilton (PSD) que exerceram a Presidência da Casa nos últimos 4 anos, desistiram da disputa por um novo mandato.

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