O
aumento de 44,44% nos subsídios dos Agentes Políticos do município de Altaneira
aprovado no último dia 23 de setembro por maioria simples e sancionado no dia
21 de outubro pela presidenta da casa, a vereadora Lélia de Oliveira (PCdoB),
tem se tornado mm dos assuntos mais debatidos nas últimas semanas e voltou à
pauta de discussão no legislativo na tarde desta sexta-feira (04/11).
O
caso ganhou corpo quando a ex-secretária de cultura do município, a professora
Miriam Almeida Tolovi usou a rede social para se posicionar contra o reajuste,
alegando estar surpresa, visto o cenário econômico do país e do próprio
município que não são nada animadores. Para ela, numa realidade tão carente
como a nossa é inconveniente a proposta e defendeu que, considerando a crise
que assola o país, pela moralidade pública e na intenção de contribuir com
desenvolvimento social, reduzindo gastos que somente oneram os cofres públicos,
era necessário dialogar e repensar enquanto cidadãos na correção desse ato dos
vereadores que ocorreu sem nenhuma participação da sociedade.
Seu
esposo, o professor Carlos Alberto Tolovi foi na mesma linha e questionou -
"a quem favorecem as leis"? Para ele, quando se coloca em um contexto
maior aparecem as contradições e volta a indagar – “ Qual categoria possui o
poder de decisão sobre o aumento de seu próprio salário?; Em 2016, qual foi a
porcentagem de aumento do salário mínimo?; Nos últimos anos, tirando as brigas
e agressões interpessoais, quais foram as leis importantes para o município que
os vereadores de Altaneira elaboraram e votaram?; Quantas horas por ano um
vereador trabalha em Altaneira?; Quantos vereadores Altaneira precisaria para
resolver os problemas no campo do legislativo? Penso que apenas cinco”, disse.
O professor e representante da ARCA foi mais incisivo e ressaltou que o que
está ocorrendo em Altaneira é uma vergonha e, uma vez mais pergunta – “Será que
esta atitude não está fortalecendo a ideia de que ele possa gastar na compra de
voto porque recupera isso posteriormente dos cofres públicos?”.
Projeto
de Lei de Inciativa Popular
No
último sábado (29/11), a Fundação ARCA reuniu em sua sede professores,
universitários, servidores públicos e simpatizantes da causa para apresentar
alternativa para o que consideram um abuso e chegaram a propor um Projeto de
Lei de Inciativa Popular visando dá nova redação a lei 668 alterando o valor
dos salários já previstos para 2017. Por ele, o reajuste cairia dos já válido
44,4% para 11,6% - valor equivalente ao dado pelo governo federal ao que ganham
um salário mínimo. Um abaixo assinado foi elaborado e o processo de colhimento
de assinaturas de 5% do eleitorado já está em andamento.
Vereadores(as)
Acusados
de omissão no debate, os edis usaram seu tempo livre para dentre outros
assuntos, arguir sobre a proposta.
O
primeiro a falar sobre foi o vereador Deza Soares com assento pelo SD.
“Inicialmente e no processo de discussão fui contra, apresentei emenda e votei
contra a matéria”, afirmou. Deza reforça que a matéria não é inconstitucional,
pois seguiu todos os procedimentos legais. O parlamentar chegou a defender
também que a proposta aprovada não é imoral, visto que foi fundamentada nos
índices da inflação. “Porém”, argumentou ele, “se for do interesse do
parlamento em reduzir, sou a favor, mas dentro dos limites da posição que já
tinha defendido na emenda, ou seja, até 30%.”. O edil aproveitou para alfinetar
os postulantes do Projeto de Lei de Inciativa Popular. “O que me surpreende é
que a matéria teve tanto tempo e só agora veio a tona. Porque não foi
questionado durante o processo de discussão? Ela poderia ter acontecido uma
semana depois, mas porque só depois das eleições?”, questionou. O mesmo também
criticou a postura da presidenta da casa por não ter sido transparente durante
a discussão do texto, já que naquele não houve transmissão da sessão pela
câmara.
Na
mesma linha, Antonio Leite (PDT) questionou a autora da proposta, a professora
Mirian Tolovi. “Porque ela não se posicionou quando era secretária?” e chamou a
atitude de “sensacionalista” que, segundo ele parte de pessoas que estão fora
da mídia, querendo se promover. Ele também criticou a postura dos candidatos
que não lograram êxito e que agora são a favor do reajuste. “Os candidatos que
não se elegeram, porque não se posicionaram antes?”, concluiu.
Enquanto
seu companheiro de bancada criticou a ex-secretária, Flávio Araújo (SD) não
poupou alfinetadas do professor e líder da ARCA Carlos Tolovi. Ele cita que já
foi fá e colaborador da entidade, mas que se afastou por causa do professor
que, segundo ele é “individualistas, prega parceria, mas não pratica”. E vai
além. Diz que o prédio da Furtado Leite, sede da ARCA, diz quem é Tolovi.
Deteriorado. O parlamentar afirma também que o deputado federal Genecias
Noronha (SD) bancou a ARCA por mais de dois anos e nunca foi divulgado.
Os
parlamentares da base de oposição ao prefeito também se posicionaram. O
professor Adeilton (PP) frisou que desde 2008 os vereadores estão sem receber
reajuste. “Nada mais justo do que agora colocar o salário no teto”, disse.
Ressaltou que está aberto ao diálogo, “mas a minha posição é em defesa do teto,
nem que a Câmara não possa pagar”, conclui.
Já
Zuleide Oliveira (PSDB) arguiu que o Projeto de Inciativa Popular não era nem
para ser tocado na casa, pois não é lei. Para ela, somente quando passar pelo
crivo do Comissão Permanente, receber a admissibilidade e passar a tramitar no
plenário é que irá se posicionar.
A
presidenta da casa e a vereadora Alice Gonçalves (PRP) não estiveram presente
na sessão em virtude de um encontro da União de Vereadores. Os trabalhos foram
conduzidos pelo vice Genival Ponciano (PTB).
Publicado
originalmente Blog Negro Nicolau
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