Vanja Fontenele, coordenadora da Procap, recebeu ontem relatório elaborado pelo TCM (Foto: Thiara Nogueira) |
Em
reunião ontem (07/11) na Procuradoria-Geral de Justiça do Estado (PGJ), o
Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará (TCM) entregou ao Ministério Público
do Estado (MPCE) relatório de fiscalização de desmonte em mais seis municípios
do interior do Ceará (Canindé, Itapiúna, Limoeiro do Norte, Paramoti, Quixadá
e Redenção), que foram inspecionados entre o período de 24 e 28 de outubro.
Segundo o TCM, 21 municípios já receberam equipes de fiscalização. A
expectativa é que 37 cidades sejam visitadas pelo órgão.
Apesar
de não divulgar, em específico, os problemas de transição de governo em cada
município separadamente, Juraci Muniz, diretor-geral do TCM, afirma que foi
possível “avaliar alguns casos como de maior atenção “e outros que, mesmo que
críticos, “não podem se caracterizar como desmonte” – que pode ser definido
como paralisação de serviços públicos com a mudança de prefeito, após as
eleições. Juraci diz que as ocorrências mais graves “até o momento são a
interrupção de serviços essenciais, atraso salarial e outras dívidas,
especialmente as previdenciárias” nos municípios do último relatório.
O
diretor-geral do TCM ainda afirma que, apesar de problemas serem distintos em
cada município, todos apresentaram problemas na transição do governo, que devem
ser investigados pelo MPCE e, em seguida, fazer a defesa.
Vanja
Fontenele, coordenadora da Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra
Administração Pública (Procap) do MPCE, explica que “são duas análises técnicas
em desenvolvimento” pelos dois órgãos. “O TCM analisa questões de improbidade
administrativa (por parte do gestor do município) e o MPCE a parte criminal – a
responsabilidade penal, que diz respeito à Procap. A improbidade também é
analisada pelos promotores das comarcas”, diz Vanja, que ressalta que é também objetivo
da investigação “obter o ressarcimento de algum prejuízo porventura
constatado”.
Ao
todo, já foram entregues dois relatórios pelo TCM, com análises de 11
municípios. Entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro, outros seis municípios
passaram por fiscalização do órgão. Nesta semana, Crateús, Granja e Iguatu
estão sob inspeção de fiscais.
Prefeito
de Canindé, Celso Crisóstomo (PT) afirma estar “tranquilo” e diz que os
indícios em seu município se devem a três fatores: “um acirramento político
forte, com denúncias que têm o objetivo de manchar a imagem do prefeito que
está saindo; recursos limitados das prefeituras; descrédito dos prestadores de
serviços a prefeitos que não ganharam a eleição”. Para ele, o prefeito tenta
manter serviços funcionando, mas “alguns (funcionários) dizem que não vão
continuar porque não sabem se o outro prefeito vai honrar (os prazos de
pagamento)”.
Antonio
Mauro (PT) é prefeito de Crateús, que recebe visita do TCM essa semana. Ele diz
não ter “conhecimento de nenhuma situação de desmonte” em seu município.
“Não
se pode generalizar. As prefeituras passam por dificuldades econômicas. Hoje,
estamos com as contas em dia. Transporte escolar, merenda, saúde e limpeza
pública, tudo funcionando. Não sei o que pode caracterizar desmonte”, argumenta
Mauro, que reconhece que a investigação do MPCE pode servir para “esclarecer os
fatos” e “tranquilizar” municípios. “Tivemos reuniões com MPCE para cumprir
orientações. Se estivéssemos sonegando documentos e informações, já saberiam”,
complementa.
Com
informações O Povo Online
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