Há
exatamente 30 anos, o jovem empresário Tasso Jereissati, na época
no PMDB, depositava na urna uma cédula que, unida a quase um milhão e meio de
outras, o levaria ao Governo do Ceará pela primeira vez.
O
momento, lembrado por historiadores como marcante por tirar os coronéis do
poder, também representou o nascimento de um dos principais líderes políticos
do Estado.
Vencendo
o coronel Adauto Bezerra, filiado ao PFL, Tasso teve outros dois mandatos à
frente do Executivo estadual. De lá para cá, trocou de partido, deixando o
PMDB e rompeu com aliados importantes, como os ex-governadores Gonzaga Mota,
Lúcio Alcântara e Ciro Gomes.
Valmir
Lopes, cientista político da Universidade Federal do Ceará (UFC), afirma que
sua força política era inquestionável e perdura até hoje no modelo de gestão do
Estado. “Todos os políticos que surgiram depois de alguma forma são devedores
da política criada por ele”.
O
governo, centrado no enxugamento da máquina pública e modernização do Ceará,
porém, não era tão novo assim, segundo o historiador Airton de Farias. “Era
algo diferente, mas ao mesmo tempo o governo do Tasso tem algo não tão novo
assim. Esse modelo desenvolvimentista era algo que o Virgílio Távora fez nos
anos 60 e que continua até hoje”, explica.
Para
o historiador, “no que toca ao modelo fiscal e tributário, o Tasso é inovador”,
mas ele não teria representado uma “nova política” durante toda sua trajetória.
“Na primeira gestão, sim, mas nenhum poder governa sozinho e ele começa a ter
que compor com certos grupos”, afirma.
Valmir
discorda. Para ele, “numa situação de ruptura você dificilmente vence sem um
apoio das forças tradicionais, mas o apoio dele por essas forças foi pequeno”,
o que perduraria até hoje.
Segundo
o cientista político, as mudanças que ele trouxe persistem e influenciaram
cenário nacional. “Nenhum candidato até hoje teve condição de voltar a períodos
tradicionais, nesse sentido ele marcou. A ideia de que era possível reduzir o
clientelismo, a máquina estatal, isso persiste”, avalia Valmir.
Com informações O Povo Online
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