O
ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB), anunciou ontem a
liberação de R$ 40 milhões para obras de combate às consequências da seca no
Ceará.
O recurso é bem inferior ao pleiteado pelo governador Camilo Santana
(PT), na última terça-feira, 22, quando havia solicitado o aporte de R$ 110
milhões para uma série de medidas de combate à estiagem.
O
anúncio foi feito após reunião entre o ministro e os senadores Tasso Jereissati
(PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB), ambos aliados do governo federal. “Por
determinação do presidente Temer, estamos liberando mais R$ 40 milhões que
serão distribuídos para o governo do Estado para diversas obras que possam
captar água e garantir a distribuição, sobretudo na Região Metropolitana de
Fortaleza”, disse o ministro em vídeo publicado nas redes sociais.
O
secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, não comentou o
valor repassado pela gestão Temer. A pasta vai aguardar o anúncio oficial para
se pronunciar e anunciar o que será feito com o recurso. Aliado de Camilo na
Assembleia Legislativa, o deputado estadual Moisés Braz (PT) afirmou que o
dinheiro é bem-vindo, mas que é insuficiente.
“Eu
acho que nós não podemos ficar satisfeitos quando o governador cobra um valor
de R$ 110 milhões e vir apenas um terço. Não dá para amenizar a situação do
Estado do Ceará”, disse o parlamentar.
Vice-líder
do governo na Casa, o deputado estadual Leonardo Pinheiro (PSD) disse que a
situação da seca no Estado é “profunda” e que o recurso não é suficiente. “Esse
recurso é muito bem-vindo, mas infelizmente não tem como nem de longe resolver
o problema hídrico no Estado”. Ele diz que as ações que podem ser feitas com o
recurso são poços profundos e carros-pipa.
Anunciada
por senadores de oposição ao governo do Estado, a liberação de recursos é novo
episódio em meio a polêmicas entre Camilo Santana e o governo federal. Na
última terça-feira, 22, o petista esteve em Brasília para apresentar ao
ministro uma série de medidas emergenciais.
Antes
disso, o governador já havia dito que um possível colapso d’água no Estado
seria de responsabilidade da União, por conta da paralisação de obras de
transposição do Rio São Francisco. Pensadas diante do atraso da ação, as
medidas apresentadas a Temer somariam R$ 110 milhões em investimentos.
Procurado
pelo jornal O POVO, o secretário-adjunto de Recursos Hídricos do Ceará, Ramon
Rodrigues, disse desconhecer qualquer liberação de recursos neste sentido. Ele
destacou que, até o início da tarde de ontem, o governo não havia recebido
qualquer retorno do Ministério da Integração Nacional sobre a demanda.
Entre
medidas pedidas por Camilo, estão a instalação de oito adutoras de montagem
rápida no Interior e a perfuração de poços de diversos tipos.
Também
foram solicitados 100 poços com painel solar, para localidades sem energia elétrica,
e a instalação de 75 poços com dessalinizador, para locais com água salobra,
bem como compra de quatro perfuratrizes para poços em áreas litorâneas.
Com
informações O Povo Online
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