Além de Camilo e Temer, parlamentares e ministros também participaram da reunião no Palácio do Planalto (Foto: Divulgação) |
Um
dia após responsabilizar o governo Michel Temer (PMDB) por um possível colapso
hídrico na Região Metropolitana de Fortaleza, o governador Camilo Santana (PT)
se reuniu ontem com o presidente em Brasília. Na pauta, alternativas para a
retomada imediata das obras de Transposição do rio São Francisco, paralisadas
há cinco meses no Estado.
No
encontro, ficou acertada nova reunião, na noite de hoje (09/11), entre Camilo, o
ministro Helder Barbalho (Integração Nacional) e Tribunal de Contas da União
(TCU) para tratar do tema. Na segunda-feira, Camilo culpou o Governo Federal por
demora na obra, que seria “essencial” para garantir abastecimento da RMF.
Impasse
em torno da transposição começou após a Mendes Júnior, empresa citada na Lava
Jato e responsável pelo trecho do Ceará, vir à falência. Agora, o governo do
Ceará defende que seja feita dispensa de licitação que possibilite retomada
urgente do trecho. O governo federal, no entanto, já anunciou intenção de
“relicitar” o eixo da obra no Estado.
“Não
há tempo hábil para isso. Tem que se deixar os detalhes e diferenças políticas
de lado, senão vai arrebentar o Ceará”, diz o deputado José Guimarães (PT).
Segundo ele, não conclusão da obra até fevereiro já traria graves problemas ao
Estado. Chefe de Gabinete de Camilo, Élcio Batista também destacou necessidade
de se acelerar a ação.
O
senador Eunício Oliveira (PMDB), por outro lado, reagiu à fala do governador,
afirmando que ele tenta “terceirizar” culpa da má gestão de recursos hídricos
do Estado. Amanhã, o peemedebista coordena reunião de prefeitos de municípios
em estado de emergência com o ministro da Integração Nacional.
Coordenador
da bancada do Ceará na Câmara dos Deputados, Zé Airton Cirilo (PT) diz que
apenas uma mobilização “geral e urgente” pode evitar colapso no Estado.
Cobrando
participação de todos, da Assembleia ao setor produtivo, ele questiona
inclusive participação da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) na cobrança
de recursos federais para a seca: “Cadê o Beto Studart (presidente da Fiec)?
Ele tinha tanta coragem para enfrentar a Dilma, mas onde está ele agora?”,
questiona o parlamentar.
Presidente
de comissão que acompanha a transposição, Raimundo Gomes de Matos (PSDB)
defende a obra, mas afirma que governo do Ceará não pode transferir culpa da
crise hídrica para Michel Temer. “Querer culpar o atual governo é apagar que os
anteriores tiveram doze anos para fazer e não fizeram”.
“Durante
esse tempo, houve muita corrupção, com a obra parada diversas vezes”, diz. Ele
aponta que, apesar da importância da transposição, gestões deveriam ter
desenvolvido alternativas. “Se viram que não ia sair, porque não buscaram
outros métodos? Faltou planejamento sério e sobrou propaganda”.
Em
nota, a Fiec rejeita omissão e diz que tem acompanhado a transposição e apoiado
todos movimentos que buscam a chegada de água ao Ceará. “A falta de articulação
da bancada dos deputados cearenses contribui para o agravamento da situação”.
Com
informações O Povo Online
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