Mal
passado o impacto do fraco desempenho deste ano nas urnas, o PT pode voltar a
sofrer baques no Ceará. Além da incerteza da permanência do governador Camilo
Santana, outras três lideranças do petismo no Estado devem deixar o partido nos
próximos meses.
Secretário
do Meio Ambiente, Artur Bruno confirmou semana passada que deixará a sigla. Já o deputado estadual Manoel
Santana e o deputado federal Zé Airton Cirilo já conversam nos bastidores com
perspectiva de saírem do partido.
Para
estes “indecisos”, questão chave em aberto é debate que ocorre hoje sobre
mudanças no processo de eleição da direção nacional petista. Insatisfeitos com
o modelo de escolha por eleição direta entre filiados que contribuem
financeiramente ao partido, o chamado PED, Santana e Zé Airton defendem volta
de antigo modelo de escolha por congressos partidários.
“A
disputa como se dá hoje despolitizou o processo. Em uma eleição congressual se
tem um debate muito mais profundo sobre questões ideológicas e dos problemas
que o partido enfrenta”, diz Santana. Afirmando que o partido precisa
“rediscutir urgentemente” suas prioridades, o deputado diz que espera definição
do caso para definir seu rumo partidário.
No
caso de Camilo, o que se fala no partido é que o governador dificilmente não
apoiará Ciro Gomes à Presidência em 2018. O ex-ministro, no entanto, ainda
tenta conquistar apoio do PT para disputa, o que evitaria saída do governador
da sigla. Questionado sobre o caso, Camilo tem desconversado, dizendo apenas
que “não se pode descartar nenhuma opção”.
Petista
que já “bateu o martelo” sobre saída, Artur Bruno diz não se sentir mais
“motivado” a continuar no PT. Sobre a tese de Santana e Zé Airton, Bruno diz
não acreditar que a sigla altere o modelo de direção nacional. “Após o
mensalão, nós tentamos corrigir os equívocos, mas o que houve foi o contrário”,
diz, afirmando que ainda não definiu seu destino partidário.
Para
o vereador de Fortaleza Ronivaldo Maia (PT), ninguém além de Bruno deve deixar
o partido até 2 de dezembro. “Nessa data, vai ser definido o futuro da eleição
no partido, algo que angustia ou gera discordância entre muitos companheiros”.
Sobre o caso do secretário, ele minimiza: “Não dá para levar a sério o Bruno.
Ele nunca foi próximo, não precisa do PT”.
Com
informações O Povo Online
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