O
Ministério Público do Ceará (MPCE) lançou nesta semana uma orientação aos
promotores do Estado para que eles coibam a prática esportiva da vaquejada.
A
recomendação partiu do Centro de Apoio Operacional de Proteção à Ecologia, Meio
Ambiente, Urbanismo, Paisagismo e Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e
Cultural (Caomace), ligado ao MPCE.
A
medida do MP é consequência da decisão proferida na última semana pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), que julgou inconstitucional uma lei estadual do Ceará
que regulamentava a vaquejada como prática esportiva e manifestação cultural.
Coordenadora
do Caomace, Jacqueline Faustino afirma que a orientação aos demais promotores
consiste em formalizar a decisão do STF. Ela explica que antes mesmo do
julgamento do Supremo, a vaquejada sempre foi considerada uma prática que
acarretava maus-tratos aos animais.
“A
lei estadual classificava a vaquejada como manifestação cultural. Isso
funcionava como um salvo conduto para a prática. Vamos dar cumprimento para que
as vaquejadas sejam coibidas”, frisa Jacqueline, explicando ainda que o
entendimento do STF foi de que uma manifestação cultural não pode interferir em
um direito adquirido. No caso, o de um meio ambiente e uma fauna equilibrados.
Com
a orientação do MPCE, os promotores atuantes na área de defesa do meio ambiente
podem atuar com ações civis públicas ao se constatar a prática da vaquejada. Os
responsáveis podem ser presos com pena de três meses a um ano de detenção além
de multa. O valor pecuniário é variável, dependendo do porte do evento ou da
quantidade de animais envolvidos.
Uma
das motivações para o MPCE lançar a recomendação é a de que a decisão do STF
tem caráter restrito ao Ceará. “A decisão em si é válida apenas para o Ceará.
Em outros estados, ainda cabe o questionamento. Mas ela abre precedente para
que isso ocorra porque foi criada jurisprudência sobre o caso”, complementa a
coordenadora do Caomace.
Nesta
semana, realizadores de eventos e defensores da vaquejada organizaram um
protesto contra a proibição em pelo menos 15 municípios do Estado. Eles
demonstraram insatisfação com o posicionamento do STF. Pelo Facebook, entidade
de defesa animal organiza ato para amanhã, em Fortaleza, de apoio à decisão do
Supremo.
Jacqueline
Faustino reconhece que as manifestações são legítimas, mas lembra que não vão
alterar uma decisão tomada pela Suprema Corte do País. “A gente tem que ter
claro que o STF interpreta as normas com o objetivo de ordenamento social.
Claro que alguns grupos sociais não ficarão satisfeitos com essa decisão. O
MPCE compreende que exista uma resistência cultural. Mas é uma decisão e deve
ser cumprida”, finaliza.
Com
informações O Povo Online
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