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19 de outubro de 2016

Lideranças do PT divergem sobre reformulação

O ex-governador Tarso Genro e o ex-presidente Lula divergem sobre os rumos do Partido (Foto: Ricardo Stuckert)

Depois de sair como o grande derrotado das eleições municipais deste ano, o Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou um processo de intensa discussão sobre o futuro da sigla. O debate ocorre após o encolhimento da legenda pelo País, que perdeu praticamente metade das prefeituras que administrava.

A principal divergência dos últimos dias ocorre entre as correntes Muda PT, do ex-governador Tarso Genro, e a Construindo um Novo Brasil (CNB), do ex-presidente Lula. A primeira aprovou um manifesto, na última segunda-feira, 17, que pede, entre vários pontos, a antecipação do 6º Congresso do PT para este ano, alterando o modo de eleição dos dirigentes.

Em contrapartida, a CNB quer a manutenção do Processo de Eleição Direta (PED) e o Congresso apenas em abril de 2017. Em meio a divergências, integrantes da Muda PT chegaram a ameaçar deixar o partido caso reformulações não fossem atendidas.

A ameaça foi criticada pelo vice-presidente nacional do PT, o deputado federal José Guimarães. “É um erro estratégico para a democracia ventilar a possibilidade de sair do PT para qualquer uma outra aventura. Alguns saíram do PT dizendo que estavam desgastados e que queriam disputar as eleições. Se deram muito mal”, declarou à Folha de S. Paulo.

Para Guimarães, a principal estratégia do PT em 2018 é o Legislativo e não o retorno ao Palácio do Planalto. “Quem manda no País é o Congresso. Governador não influencia muita coisa. Acho que o PT tem que priorizar o Legislativo em 2018. Os principais quadros deveriam ser candidatos a deputado federal e senador, principalmente deputado”, defendeu o cearense.

Deputado federal, José Airton, que integra o Movimento PT, se diz contrário ao retorno de Lula à presidência do partido. Ele sugere para o cargo nomes como o do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o do ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro.

“O principal desafio da nova direção vai ser reestruturar o partido do ponto de vista do restabelecimento de uma política de unidade interna. Tem que estabelecer um processo de purificação dos quadros partidários”, defende.

O presidente do PT Ceará, Francisco de Assis Diniz, que integra o CNB, adiantou que a corrente vai se reunir na próxima semana em São Paulo para intensificar o debate.

“O perfil do próximo presidente do PT deve ser um que fale para o País, que dialogue com vários setores da sociedade, que fale para fora do partido”, afirmou.

Francisco de Assis defende que a mudança interna não deve ser “artificializada” com a mudança apenas da presidência. “O que se pretende é um conjunto de movimentos”, pontuou.

Com informações O Povo Online

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