O ex-governador Tarso Genro e o ex-presidente Lula divergem sobre os rumos do Partido (Foto: Ricardo Stuckert) |
Depois
de sair como o grande derrotado das eleições municipais deste ano, o Partido
dos Trabalhadores (PT) iniciou um processo de intensa discussão sobre o futuro
da sigla. O debate ocorre após o encolhimento da legenda pelo País, que perdeu praticamente
metade das prefeituras que administrava.
A
principal divergência dos últimos dias ocorre entre as correntes Muda PT, do
ex-governador Tarso Genro, e a Construindo um Novo Brasil (CNB), do
ex-presidente Lula. A primeira aprovou um manifesto, na última segunda-feira,
17, que pede, entre vários pontos, a antecipação do 6º Congresso do PT para
este ano, alterando o modo de eleição dos dirigentes.
Em
contrapartida, a CNB quer a manutenção do Processo de Eleição Direta (PED) e o
Congresso apenas em abril de 2017. Em meio a divergências, integrantes da Muda
PT chegaram a ameaçar deixar o partido caso reformulações não fossem atendidas.
A
ameaça foi criticada pelo vice-presidente nacional do PT, o deputado federal
José Guimarães. “É um erro estratégico para a democracia ventilar a
possibilidade de sair do PT para qualquer uma outra aventura. Alguns saíram do
PT dizendo que estavam desgastados e que queriam disputar as eleições. Se deram
muito mal”, declarou à Folha de S. Paulo.
Para
Guimarães, a principal estratégia do PT em 2018 é o Legislativo e não o retorno
ao Palácio do Planalto. “Quem manda no País é o Congresso. Governador não
influencia muita coisa. Acho que o PT tem que priorizar o Legislativo em 2018.
Os principais quadros deveriam ser candidatos a deputado federal e senador,
principalmente deputado”, defendeu o cearense.
Deputado
federal, José Airton, que integra o Movimento PT, se diz contrário ao retorno
de Lula à presidência do partido. Ele sugere para o cargo nomes como o do
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o do ex-governador do Rio Grande do
Sul, Tarso Genro.
“O
principal desafio da nova direção vai ser reestruturar o partido do ponto de
vista do restabelecimento de uma política de unidade interna. Tem que
estabelecer um processo de purificação dos quadros partidários”, defende.
O
presidente do PT Ceará, Francisco de Assis Diniz, que integra o CNB, adiantou
que a corrente vai se reunir na próxima semana em São Paulo para intensificar o
debate.
“O
perfil do próximo presidente do PT deve ser um que fale para o País, que
dialogue com vários setores da sociedade, que fale para fora do partido”,
afirmou.
Francisco
de Assis defende que a mudança interna não deve ser “artificializada” com a
mudança apenas da presidência. “O que se pretende é um conjunto de movimentos”,
pontuou.
Com
informações O Povo Online
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