Cerca
de 3,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros, com idade entre 9 e 17
anos, isto é, em idade escolar, nunca acessaram a internet em suas vidas e, em
2015, cerca de 6 milhões não estavam conectados à rede – 20% da população dessa
faixa etária.
Os
dados são da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2015, realizada pelo Comitê Gestor
da Internet no Brasil (CGI.br) com a finalidade de investigar o acesso e uso
das TIC (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação) entre os jovens do
País.
O
levantamento apontou a desigualdade socioeconômica como um entrave para a
inclusão digital. No Brasil, enquanto 97% dos jovens da classe AB são usuários
de Internet e 85% da classe C, apenas 51% das crianças e adolescentes da classe
DE têm acesso à rede.
Contrastes
regionais também ficaram evidentes. Quando o escopo é a proporção dessa
população que não acessou a Internet em razão da falta de disponibilidade no
domicílio (um total de 15%), o número mais expressivo refere-se aos jovens
moradores da área rural (30%), da região Norte do País (31%), das classes D e E
(36%) e pertencentes a núcleos familiares que ganham até 1 salário mínimo
(31%).
Também
quando o foco são os jovens conectados os resultados apontam para disparidades
regionais e socioeconômicas no acesso. Em 2015, nas áreas urbanas, 84% das
crianças e adolescentes estavam conectadas, contra 59% nas áreas rurais. Na
região Sul, 90% dos jovens declararam ser usuários de Internet e no Norte,
apenas 56%.
Ainda
segundo a pesquisa, no que diz respeito à frequência de uso da Internet, houve
um aumento significativo de 2014 para o ano passado. Em 2014, 21% disseram que
acessavam a rede mais de uma vez por dia, já em 2015 esse número subiu para
66%. O celular provou-se mais uma vez o meio mais utilizado pelos jovens: 83%
acessaram a rede por meio do equipamento.
O
estudo também abordou questões sobre intolerância e discurso de ódio na rede.
De acordo com os resultados, uma em cada três crianças e adolescentes (37%)
declarou ter visto alguém ser discriminado na Internet e 6% declararam ter
sofrido algum tipo de discriminação na Internet no último ano. Entre os
motivos, 23% das crianças citaram preconceito de cor ou raça; 13% mencionaram
aparência física; e 10%, relacionamento entre pessoas do mesmo sexo.
Publicado
originalmente no portal Carta Capital
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