Aulas
de reforço, projetos de alfabetização, gratificação aos docentes, parceria
entre família e escola. A receita não é tão complicada. Mas exige
comprometimento, diálogo e estratégias pedagógicas. Escolas municipais
cearenses obtiveram excelentes resultados no Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb), com destaque nacional. O Interior toma novos rumos
educacionais.
Em
depoimentos de pais, professores, gestores e alunos, é possível perceber que
houve grandes mudanças em poucos anos e que há muita vontade de atingir
percentuais ainda mais altos nas avaliações que formam o Ideb.
“Há
oito anos, a escola estava entre as piores do Estado”, cita o coordenador
pedagógico da Educação de Brejo Santo, Jucélio de Santos, sobre a Escola de
Ensino Fundamental (EEF) Historiador Padre Antônio Gomes de Araújo. A escola é
a terceira do País, do 6º ao 9º ano. A Cidade, que está entre as dez principais
médias do Ideb no Ceará, apostou no cumprimento de todos os dias letivos, no
respeito à aprendizagem de cada aula e no pioneirismo.
“No
Ceará, o Paic (Programa de Alfabetização na Idade Certa) foi implementado entre
o 6º e o 9º ano apenas em 2016. Em Brejo Santo, o programa já faz parte destas
séries desde 2012”, conta. Parte do programa é a formação de professores, com o
auxílio de um profissional da Secretaria da Educação que vai às escolas,
identifica fragilidades e busca soluções junto aos docentes.
Com
o objetivo de ser arquiteta, Weslainy Saraiva, 13, aluna do 7º ano em Brejo
Santo, diz que a persistência dos professores em ensinar é um grande
diferencial. “E eles são amigos, isso faz a gente se sentir mais à vontade no
aprendizado, nos faz se interessar mais”, relata.
“Eu
só quero que eles aprendam o que não apreendi. E a escola parece fazer isso,
porque minha filha só sabe dizer que lá é tudo de bom”, afirma a doméstica
Fátima Maria de Sousa, 48. Para ela, o aprendizado é perceptível no repasse das
informações. “Minha mais velha chega empolgada para ensinar tudo para mim”,
diz.
Em
Sobral, a professora do 5º ano na Escola Emílio Sendim (primeira do Brasil na
avaliação do Ideb do 1º ao 5º ano), Ana Fábia Barbosa, avalia que uma das ações
que fortaleceram o processo de aprendizagem foi a gratificação aos professores
a partir dos resultados de avaliações junto aos alunos. “O compromisso fica
ainda mais sólido porque a gente quer dar conta do recado”, comenta.
Em
Massapê, o projeto Aprenda pra Valer, que auxilia alunos que não foram
alfabetizados na idade certa, pode ter feito a EEF Francisco Severo de Araújo
estar na quinta colocação nacional do Ideb entre o 1º e o 5º ano.
“Identificamos a deficiência dos meninos e corremos atrás. Chamamos os pais,
passamos a dificuldades e dissemos que precisávamos deles. Deu certo”, afirma a
diretora da escola, Valda Sousa Oliveira.
O
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é divulgado a cada dois
anos desde 2005 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
O
objetivo é mensurar o desempenho do sistema educacional brasileiro a partir da
combinação entre os resultados obtidos pelos estudantes em avaliações de larga
escala (Prova Brasil e Saeb)
e a taxa de aprovação. Esse último fator tem influência na eficiência do fluxo
escolar, ou seja, na progressão dos estudantes entre etapas/anos.
O
cálculo do índice leva em conta o desempenho dos alunos nas provas de língua
portuguesa e matemática (0 a 10) multiplicadas pelas taxas percentuais de
aprovação.
Algumas
ações que fizeram a diferença em escolas do Interior:
Cumprimento
de dias letivos;
Gestão atuante Diálogo com professores;
Gestão atuante Diálogo com professores;
Formação
de professores;
Fortalecimento
da prática de leitura;
Protagonismo
juvenil;
Grupos
de estudo;
Abertura
da escola aos fins de semana;
Contraturno
escolar;
Planejamento
coletivo;
Monitoramento
de faltas;
Estabelecimento
de metas;
Aulas
de reforço;
Valorização
de professores;
Participação
familiar;
Foco
em produção textual;
Visitas
domiciliares;
Trabalho
em rede.
Com
informações O Povo Online
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