No
que se refere aos primeiros cinco anos do ensino fundamental, 77 das 100 melhores
escolas públicas do Brasil estão no Ceará. Os números que impressionam são do
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2015 e foram
divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
Esse
é apenas um dos parâmetros em que o Ceará se destaca na primeira parte do
ensino fundamental. As 24 primeiras posições são todas ocupadas por escolas do
Estado. Os desempenhos mais significativos são das escolas municipais São
Joaquim, em Coreaú, e Emílio Sendim, em Sobral. Ambas lideram o ranking com
nota 9,8 no Ideb.
Combate
à infrequência, avaliações semanais que baseiam o planejamento da semana
seguinte e o ensaio de um tempo integral que oferece reforço escolar no
contra-turno são três das ações destacadas pela diretora da Emílio Sendim,
Mílvia Carvalho. A escola saiu de uma nota 7,4 na última avaliação, em 2013,
para a atual 9,8.
A
excelência se dá também, conforme a gestora, pela especialização da escola no
nicho determinado do ensino fundamental — dos 702 alunos, apenas 75 são da
Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Isso faz com que tenhamos a certeza de que
o aluno que sai no 5º ano está com a alfabetização consolidada. E nos dá mais
garantia de que ele obterá sucesso nas próximas etapas de ensino”, comemora
Mílvia.
Tanto
nos primeiros anos do ensino fundamental quanto nos finais, do 6º ao 9º, o
Ceará é quem apresenta os melhores resultados do Nordeste no Ideb. Na avaliação
do 1º ao 5º ano, o Estado é o sexto do País, com nota 5,9, enquanto a média
nacional é 5,5 e a do Nordeste 4,8. O Ceará foi também o que mais ultrapassou a
meta estipulada, com 1,4 ponto acima dos 4,5 traçados.
Dos
183 municípios cearenses avaliados pelo índice, todos alcançaram a meta. Nesse
quesito, apenas o Acre também conseguiu unanimidade nas cidades com meta
cumprida para os primeiros cinco anos do ensino fundamental.
Quando
são avaliados os dados do intervalo entre 6º e 9º ano, os números até são mais
modestos. Mas os 4,8 obtido pelo Ceará ainda nos deixa na quinta posição do
País e é superior aos 4,5 da média nacional e aos 4 da região. Além disso, o
Ceará foi o único estado do Nordeste que conseguiu superar a meta, com meio
ponto acima do objetivo traçado.
Enfocando
os dados municipais, Sobral é a cidade com os melhores resultados, liderando o
ranking nacional com nota 8,8. Em segundo lugar, outra cidade cearense: Pires
Ferreira, com 8,7. Entre os dez municípios do País com melhores notas, quatro
são do Ceará. Além das citadas, Deputado Irapuan Pinheiro (5º lugar, com 8,2) e
Brejo Santo (6º lugar, com 8,1).
Para
alcançar o topo e saltar em um ponto desde a última pesquisa, quando teve nota
7,8, a titular da Secretaria Municipal da Educação de Sobral, Iracema Sampaio,
acredita na estruturação da política educacional em três eixos norteadores:
fortalecimento da gestão escolar, com escolha de diretores por processo seletivo
e autonomia financeira e pedagógica dada ao núcleo gestor; incremento da
formação pedagógica, com investimento na formação do núcleo gestor e dos
professores e na compra de material didático atualizado; e a valorização do
magistério, com gratificações por desempenho.
“Esse
terceiro ponto é muito importante porque faz com que os professores se
redescubram no oficio de educar”, aponta a secretária. Ela destaca também o
alinhamento das políticas do município que fizeram com que todas as escolas
apresentem notas muito próximas. “Há um alinhamento no pensamento dos gestores
de que é possível fazer, de que os meninos de escola pública têm potencial,
desde que seja dada condição a eles de aprender e ao professor de ensinar”,
explica.
Outro
fator, apontado pelo secretário estadual da Educação, Idilvan Alencar, é a
adoção em todos os municípios das medidas preconizadas pelo Programa
Alfabetização da Idade Certa (Paic). A formação continuada dos professores, a
premiação dos melhores resultados e o apoio aos piores resultados, a
determinação do montante de recurso recebido pelo município que deverá ser
destinado à educação são algumas das ações destacadas pelo secretário.
“Hoje,
uma grande parcela do investimento da Seduc é destinada ao ensino fundamental,
porque entendemos que é tarefa do Estado ser parceira do município. Apostar na
alfabetização é o que vai nos garantir melhores índices no futuro”, projeta.
Com
informações O Povo Online
Não sou fã desses resultados, por que muitas escola, parecem um deposito de alunos e professores sem condições para uma aprendizagem digno de cidadão de direitos que consta na constituição.
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