Ex-deputado federal Eduardo Cunha: de todo-poderoso presidente a cassado por 450 votos (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom) |
Ex-presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi cassado pelos colegas da
Casa por 450 votos a 10 (193 a mais do que o mínimo necessário), com nove
abstenções. O processo de deposição do parlamentar durou 314 dias, tornando-se
o mais longo no Congresso na história do País. Cunha
fica inelegível até 2027. Sem foro privilegiado, perdido com o mandato, os
processos a que responde passam à primeira instância.
Dos
22 deputados cearenses, 21 votaram a favor da cassação. Gorete Pereira (PR) não
compareceu à votação.
Em
entrevista coletiva após a proclamação do resultado, o ex-deputado culpou o
governo do presidente Michel Temer (PMDB) pelo resultado da votação. Perguntado
se faria delação premiada, porém, voltou a dizer que não.
Com
o placar anunciado às 23h50min, foram mais de três horas de sessão. A mesa
decidiu partir para votação, encerrando as discussões antes que os mais de 30
inscritos falassem. A medida encurtou os trabalhos, que já começaram tarde,
após a sessão ter sido suspensa por uma hora para atingir o quórum de 400 deputados
em plenário.
Eduardo
Cunha era deputado federal desde 2003, quando foi eleito para a Câmara pela primeira vez. Ele teve
mais de 200 mil votos no Rio de Janeiro em 2014.
Em
sua defesa, ele negou que tivesse mentido sobre as contas na Suíça. “Amanhã
serão vocês também. Porque aí qualquer um que quiser disputar vai entrar com
representação contra vocês”, repetiu.
Cunha
também condenou a forma como sua família foi tratada durante o processo,
chamando a estratégia de envolver sua mulher e filha de covardia. “A cassação é
o preço por eu ter deixado o Brasil livre do PT. Estão me cobrando o preço por
ter conduzido um processo de impeachment. Chantagem foi feita em cima de mim,
ofertas foram feitas, e eu a recusei”, afirmou.
“Vossa
Excelência é um mafioso, mafioso da pior espécie, que usa a esposa, usa a
filha, para encobrir suas falcatruas”, atacou Clarisse Garotinho
(PR-RJ).
O
ex-parlamentar era acusado de quebra de decoro por ter mentido sobre contas no
exterior em depoimento na CPI da Petrobras.
As
demais acusações contra o deputado, como desvio de dinheiro público e
recebimento de propina, estão sendo analisadas pelo STF e foram contempladas no
relatório de Marcos Rogério (DEM-RO). Em sua defesa, Cunha pediu que os
deputados tivessem a “isenção” de votar somente sobre a quebra de decoro
detalhada no relatório.
Com
informações O Povo Online
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