A
presidenta afastada de suas funções no palácio do planalto desde que o senado
federal decidiu pelo prosseguimento do impeachment, irá pessoalmente fazer sua
defesa marcada para o dia 29 de agosto.
Mas,
como já foi dito anteriormente, o cenário histórico começa a ser desenhado
quatro dias antes quando testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas que,
segundo o presidente do Superior Tribunal Federal (STF) e também do processo de
afastamento, Ricardo Lewandowski, elas serão isoladas uma das outras, o que não
quer dizer nada ante os fatos já consumado.
A
presença de Dilma durante o circo que lhes prepararam mudará o processo?
Senadores e senadoras a favor do seu afastamento definitivo e, portanto, de sua
inelegibilidade por 8 anos mudaram de opinião? Para os legisladores federais de
partidos aliados a presidenta, sim. O simples fato dela poder fazer sua própria
defesa demonstra grandeza e que ela pode falar muito mais e com mais propriedade
do que o seu próprio advogado, o José Eduardo Cardozo. E isso contribuirá para
uma mudança de voto a seu favor.
Porém,
pelo que se percebe a ida de Dilma ao congresso nacional não servirá muito. Não
mudará em nada o cenário e o enredo de uma história que já tem o seu final. Um
final de uma longa e deprimente narrativa construída pelo o que tem de mais
sujo e podre na política brasileira e que teve seus primeiros passos logo que
foi decretado o resultado final das eleições presidenciais em outubro de 2014.
A
narrativa do afastamento de Dilma será apenas confirmada nos próximos 15 dias.
Nada mais lhes acrescentará. Nada mais lhes diminuirá. Ela já está pronta.
Senadores e senadoras repetirão o que 367 deputados naquela aberrante sessão do
dia 17 de abril fizeram. Talvez também em nome de deus e da família, porque em
nome de interesses próprios já é sabido que será.
Com
o impeachment confirmado nos próximos dias que contou com deputados/as,
senadores/as, governadores/as, prefeitos/as, vereadores/as e o apoio irrestrito
de setores da mídia conservadora e reacionária, de membros da PF, do STF e do
MPF, resta-nos fazer uma oposição programática e consciente de que só a força
da mobilização popular pode mudar os rumos do país.
Conscientes
ainda de que o afastamento da presidenta entrará para os anais da historia como
um fardo pesado para a democracia, como um peso em que quem mais sentirá não é
Dilma, tão pouco Lula e seus assemelhados/as, mas os setores menos favorecidos
deste país, ou seja, agricultores/as, negros e negras, homossexuais. Alias,
eles já estão sentindo na pele e no bolso as consequências do governo interino.
Todos
os avanços sociais - poucos é verdade, se comparados com os lucros que
banqueiros/as, industriais e fazendeiros tiveram - adquiridos na última década,
e todos os direitos sociais conquistados a duras penas serão paralisados em
detrimento do retrocesso e do conservadorismo de uma elite política branca,
racista, machista e homofóbica. Os livros de história registrarão esse fato
como GOLPE.
Por
fim, não se deve jamais esquecer e isso que faz com o processo seja um golpe,
que mais da metade de seus julgadores respondem a algum tipo de crime,
inclusive lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. Mas Dilma
não.
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