Urna eletrônica usada nas eleições no Brasil (Foto: Divulgação) |
O
jornalista Carlos Mazza em artigo publicada na edição de hoje (10/07) do jornal O Povo lembra
que tanto a nível nacional, estadual ou municipal a crônica do poder é rica em
grandes adversários que surgiram de um vice. Em ano de eleição, o caso de Dilma
e Temer é alerta para os cuidados (que deveriam existir) na hora de se arranjar
colega de chapa.
Para
Carlos Mazza princípio vivo do imaginário popular, a máxima de que “não existe
inimigo mais temível que um ex-amigo” encontra paralelo fiel na política
brasileira e cita o cientista político Felipe Albuquerque, pesquisador da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) que afirma “O vice (no Brasil) normalmente acaba
tendo papel figurativo. Serve só para amarrar alianças para as eleições”. Ele
aponta que, com o vínculo frágil e a aproximação do vice ao poder, é natural o
surgimento de rusgas por espaços entre aliados.
Carlos
lembra também que em Fortaleza, a teoria já virou tradição. Desde 1986, quase
todos os prefeitos romperam politicamente com os vices. Situação do atual
vice-prefeito da Capital, Gaudêncio Lucena (PMDB).
Eleitos
em 2012 em clima de amizade inabalável, a “lua de mel” entre o peemedebista e o
prefeito Roberto Cláudio (PDT) durou só até a eleição seguinte. Em 2014, o vice
rompeu com o gestor para apoiar Eunício Oliveira (PMDB) ao governo, contrariando
promessa de quebrar o histórico de rompimentos feita na campanha.
Já
em Altaneira apesar de desentendimentos eventuais não existe históricos de rompimentos de vices no mandato, ao contrário,
nas primeiras eleições os vices sucederam os titulares na eleição seguinte,
foram os casos de Assis Baião, Oliveira Rufino e Seu Quido e João Ivan.
O
atual vice-prefeito, Dedé Pio, mantem-se fiel ao prefeito Delvamberto Soares eleitos
no PSB, apesar de não ser lembrado para compor PDT, filiou-se ao PRB, mas pouco
tempo depois recompôs com o chefe e também se filiou ao PDT.
Carlos
também cita a avaliação da cientista política Nayara Macedo, doutoranda pela
Universidade de Brasília “O conflito é tão comum pela própria política de
alianças feitas no Brasil. Alianças não ocorrem por convicções ideológicas, mas
por interesses pragmáticos”. Ela afirma que o conflito poderia ser evitado com
um vínculo político maior na coalizão.
Parece
ser o caso dos prováveis vices anunciados pelos partidos para o pleito local.
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