Imagem compartilhada na rede social Facebook com o áudio da entrevista |
Em
entrevista exclusiva ao O POVO no Rádio, na manhã de ontem, a presidente
afastada Dilma Rousseff (PT) voltou a criticar o ex-aliado político, e agora
presidente em exercício, Michel Temer (PMDB). Ao âncora do programa da rádio O
POVO/CBN, o jornalista Luiz Viana, a petista justificou a escolha do
peemedebista para o posto de vice-presidente por duas vezes na chapa eleitoral:
“Nós todos (do PT) supúnhamos que o Temer era um democrata, e não imaginávamos que
ele era um usurpador golpista”.
Há
quase dois meses afastada das funções na Presidência da República, Dilma ainda
nutre esperanças de reverter o placar no Senado Federal ao fim do julgamento do
processo de impeachment. Ela não descarta a possibilidade de realizar um
plebiscito para a decisão sobre a realização de novas eleições, no caso de um
possível retorno ao cargo.
“Eu
acredito que volto porque luto por isso. Eu acredito que qualquer processo de
garantia democrática, de resgate democrático no Brasil, passa pela minha volta.
Não estou nessa luta para preservar o meu mandato, estou para preservar a
democracia”.
Durante
os 35 minutos de entrevista ao vivo, a presidente afastada reafirmou o discurso
que já vem consolidando desde o início do processo de afastamento e das tensões
políticas entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Dilma voltou a
chamar de “golpe” o processo de deposição do seu mandato e afirmou que qualquer
acordo com Temer seria necessariamente uma aliança com o presidente afastado da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) - em razão da grande influência que
exerce em parte do PMDB.
“A
cada dia que passa fica mais claro que qualquer acordo nunca é com o Temer, e
sim com o Cunha. A relação forte é do Cunha em relação ao PMDB do Temer”. A
assessoria do presidente em exercício afirmou que não comentaria as declarações
de Dilma.
No
intuito de reforçar o discurso do PT na Comissão de Impeachment no Senado, ela
citou a perícia apresentada por técnicos do Senado para se defender das
acusações de que seria a responsável pelas chamadas “pedaladas fiscais”, o
atraso no repasse de recursos da União para os bancos públicos. Os técnicos
concluíram no final do mês passado que houve irregularidade na assinatura dos
decretos suplementares sem aprovação do Congresso Nacional, mas que não houve
ação direta de Dilma no atraso dos pagamentos.
Rousseff
criticou ainda os chamados “vazamentos seletivos” da Operação Lava Jato,
responsável pelas investigações de nomes ligados ao seu governo e ao do
peemedebista Temer. “Os vazamentos seletivos evidenciavam que tudo era o PT,
tudo era o governo. Houve pessoas que foram, de certa forma, hipócritas porque
não reconheceram que no governo deles houve corrupção”.
Pouco
tempo após a entrevista, o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, leu carta
de defesa da presidente afastada no julgamento. A petista desistiu de se
defender pessoalmente.
Com
informações O Povo Online
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