A
presidente afastada Dilma Rousseff (PT) afirmou ontem (28/06) em entrevista à rádio Metrópole, da Bahia, que a aliança com o PMDB do presidente interino, Michel
Temer, foi o maior erro cometido por ela em sua gestão.
“O
erro mais óbvio que cometi foi a aliança que fiz para levar a presidência nesse
segundo mandato com uma pessoa que explicitamente, diante do país inteiro,
tomou atitudes de traição e usurpação”, afirmou.
Segundo
Dilma, essa não foi uma questão pessoal e Temer não “representa a si mesmo”.
“Não acho que o vice-presidente representa a si mesmo. O grupo que ele
representa, e o encontro com Eduardo Cunha [no último domingo] mostra isso, é
um grupo político. E eu errei em fazer aliança com esse grupo político”, disse
a petista.
Dilma
ainda disse que vê possibilidade de um retorno ao exercício do cargo com a
votação do processo de impeachment em agosto, no Senado.
Questionada
sobre como governaria sem uma base sólida no Congresso, defendeu a necessidade
de uma reforma política, mas não falou em propostas de plebiscito ou novas
eleições. Disse que sua volta ao exercício da Presidência será a condição para
“restabelecer a democracia no Brasil”.
Segundo
a presidente afastada, “o sistema político do Brasil está em processo acelerado
de deterioração”. E exemplificou com o encontro de Temer e o presidente
afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Conforme
Dilma, Temer não conseguiria governar sem conversar com Cunha. E ironizou o
encontro: “Não foi sobre futebol que eles conversaram”.
Na
entrevista, Dilma ainda fez uma série de críticas ao governo Temer. Afirmou que
o presidente interino “considera a cultura irrelevante”, ao tomar a decisão de
extinguir o ministério. E criticou a equipe de ministros sem mulheres e negros.
Dilma
também afirmou que o novo governo apresenta uma pauta conservadora e que retira
direitos dos trabalhadores. “Estamos vendo nesses parcos 45 dias do governo
provisório um crescente avanço para retirar direitos. Reduzem o Pronatec e
agora eles estão dizendo que vão exigir 70 anos para que as pessoas tenham
direito à aposentadoria”, disse, numa referência à possível proposta de reforma
da Previdência de Temer.
A
petista ainda citou a perícia realizada pelo Senado para afirmar não teve
participação nas chamadas “pedaladas fiscais”.
E
afirmou que não houve dolo na publicação dos decretos que não haviam sido
autorizados pelo Congresso Nacional.
Com
informações O Povo Online
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