Ninguém apareceu para apoiar Eduardo Cunha em entrevista coletiva (Foto: Agências) |
O
mandato do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), está com os dias contados. A avaliação é feita por parlamentares
aliados e de oposição ao peemedebista. Há pouco mais de um mês e meio afastado
das funções de deputado, Cunha tem perdido aos poucos apoio na Casa
legislativa.
Ontem (21/06),
em entrevista coletiva à imprensa e sozinho em uma mesa para seis lugares, o
parlamentar apenas reafirmou o discurso já feito quando teve oportunidade de se
defender das acusações por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.
Acentuando o isolamento, o diretor da TV Câmara, Cláudio Lessa, acabou sendo
demitido após transmissão da coletiva pela emissora estatal.
Prestes
a ser cassado pela Casa que o elegeu presidente por maioria esmagadora de votos,
Cunha não trouxe nada novo no repertório de defesa. Era esperado, por exemplo,
que ele colocasse a possibilidade de renúncia à segunda linha sucessória da
Presidência da República. O que não ocorreu.
Ao
jornal O POVO, um dos mais árduos defensores de Cunha em Brasília, o deputado
Carlos Marun (PMDB-MS), defendeu a renúncia do cargo de presidente com objetivo
de "melhorar o ambiente" na Casa. O peemedebista justifica a
necessidade de novas eleições por entender que o presidente em exercício,
Waldir Maranhão (PP-MA), não tem condições de comandar a instituição, além de
crer na remota possibilidade de retorno do aliado ao comando da Casa.
Sobre
as possibilidades de Eduardo Cunha salvar o mandato, Marun é pessimista.
"Não é fácil, sou realista. Mas acredito que ele deve lutar. É renunciar à
Presidência e lutar pelo seu mandato", conclui.
Voto
a favor da cassação no Conselho de Ética, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) disse,
em pronunciamento ontem, que o presidente afastado tentou se colocar como
"vítima" com objetivo de retardar o processo e tentar se livrar da
perda do mandato. O petista avalia não haver mais saída. "Ele sabe que
dificilmente terá salvação no plenário da Câmara. Ele quer prorrogar o processo
até mudar a conjuntura política", alegou.
O cearense Arnon Bezerra
(PTB) avalia um “clima desfavorável” para o deputado na busca por apoio
político contra o processo de cassação. Arnon acredita ser “muito difícil” que
Cunha consiga manter o mandato de parlamentar após as graves acusações e da
perda constante de apoio. “Ele tem feito um trabalho natural de defesa, e ele
tem direito. Mas o clima não é positivo”, diz.
Com informações O Povo Online
Com informações O Povo Online
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