O
governador Camilo Santana (PT) criticou ontem (23/06) decisão do PT Fortaleza
que lançou Luizianne Lins pré-candidata à Prefeitura.
Defendendo aliança com
Roberto Cláudio (PDT) como “mais que natural”, o petista garantiu ainda que
deverá participar, “conforme sua consciência”, da campanha em Fortaleza. Ele
ainda não descarta se licenciar do PT durante a disputa.
“Claro
que eu, como cidadão, vou participar (da campanha), vou ter meus candidatos
(...) todos sabem da minha relação com o prefeito Roberto Cláudio, que aliás
acho que foi um dos melhores prefeitos que Fortaleza já teve”, disse Camilo, em
entrevista ao programa Jogo Político, da TV O POVO, apresentado pelo jornalista
Fábio Campos.
Segundo
Camilo, decisão pela pré-candidatura foi “errada e precipitada”, e deveria ter
tido maior debate no partido. “Acho que o PDT é um partido aliado, o partido
que mais defendeu a Dilma, que mais foi contra o impeachment. É aliado
nacional, aliado no Estado. Então era mais do que natural que houvesse uma
aliança municipal, até pela ótima gestão que tem sido feita”.
No
final de maio, o nome de Luizianne foi definido como pré-candidata à Prefeitura
por aclamação entre delegados do PT de Fortaleza. Houve apenas uma abstenção
entre os 155 votantes do partido. Esta foi a 1ª vez que Camilo, que vinha
defendendo que o partido adiasse qualquer definição, se manifestou mais
diretamente sobre a postura do partido.
O
governador disse ainda “não querer acreditar” que a ação tenha ocorrido por
questões pessoais. “Estou na vida pública porque acredito na mudança, e não por
projeto pessoal. Não sou governador porque quis, mas sim por um projeto. Nós
temos mais convergências do que divergências com o prefeito, então por que não
sair juntos? Por conta de uma disputa do passado?”.
Questionado
se considerava a opção de deixar ou se licenciar do PT durante a campanha,
Camilo disse que tomará a decisão “no momento certo”. Interpelado então sobre
se ele não descartava a opção, o petista abriu largo sorriso e foi direto:
“Bom, na vida ninguém pode excluir nada”.
Perguntado
se considerava a definição do PT “irreversível”, Camilo lembrou que só foi
confirmado candidato ao governo “dois dias antes da convenção”. “As convenções
são só em julho. Não quero dizer que pode mudar, mas tudo pode acontecer. Na
política tudo é possível, então vamos aguardar”.
O
governador também descartou que uma intervenção federal poderia o “forçar” a
permanecer neutro na disputa. “Desconheço qualquer movimentação nesse sentido,
mas tomarei minha decisão própria. No momento certo, vou anunciar qual será
minha postura, sempre de acordo com a minha consciência, com meu estilo”.
Luizianne,
por sua vez, tem evitado pressionar o governador por seu apoio nas eleições
deste ano. Na disputa de 2014, a própria petista não teve empenho destacado
pela campanha de Camilo ao governo. Na época, aliados dela e até sua mãe
participaram ativamente da campanha de Eunício Oliveira (PMDB) ao cargo.
Com
informações O Povo Online
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