Jornalista Ricardo Melo discursa na solenidade posse no cargo de diretor-presidente da EBC (Foto Juca Varella)
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O
jornalista Ricardo Melo, 60 anos, tomou posse ontem (10/05) como
diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Em discurso, o novo
presidente destacou entre as prioridades, para os seus quatro anos de mandato,
a autonomia financeira da empresa, o cumprimento dos pressupostos da
Constituição Federal sobre comunicação pública e a valorização dos
funcionários.
Em
relação à autonomia financeira, Ricardo Melo disse que será incisivo na defesa
da Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública, criada com a lei que
instituiu a EBC em 2008. A contribuição prevê a retirada de um percentual do
Fundo de Fiscalização de Telecomunicações (Fistel). De acordo com a norma, 75%
desses recursos vão para a EBC. Em valores atualizados até dezembro de 2015, a
receita somava R$ 1,96 bilhão. O montante é depositado em juízo, desde 2009,
pelas operadoras de telefonia, que contribuem para o fundo e questionam o
recolhimento.
Melo
ressaltou que a autonomia é fundamental para que a empresa cumpra os objetivos
de '"constituir-se em um meio de comunicação pública que contemple a
pluralidade, a independência, a diversidade, a isenção, a autonomia diante de
quaIquer governo" e na defesa da cidadania. “Não sejamos ingênuos. A mídia
brasileira nas últimas décadas foi montada na base de um oligopólio de
proprietários e quase monopólio de opinião, descontadas algumas exceções. Como
emissora pública, a EBC tem o dever quase inalienável de dar voz a quem não tem
voz”.
Ricardo
Melo está na EBC desde agosto de 2015 quando assumiu como diretor de
jornalismo. Antes, exerceu várias funções no jornal Folha de São Paulo, como
colunista político, redator, editor-assistente e editor adjunto de Mundo,
editor de Opinião, coordenador da integração das plataformas impressa e digital
e produtor-executivo da TV Folha. Também foi chefe de redação do SBT,
editor-executivo do Diário de S. Paulo, do Jornal da Band, do Jornal da Globo,
do Jornal da Tarde e do Jornal da Lilian (Witte Fibe), no Portal Terra. Melo
exerceu, ainda, o cargo de editor da revista Brasil Investe do jornal Valor
Econômico e foi repórter especial da Revista Exame.
No
discurso, Melo rebateu críticas de que a cobertura jornalística da empresa seja
direcionada. “Muitas vezes fomos acusados de sermos uma emissora [TV Brasil]
chapa-branca, porta-voz do Planalto e assim por diante. Repito em público que
nunca, em nenhum momento, recebi qualquer telefonema, orientação ou sugestão no
sentido de aliviar coberturas, desconsiderar fatos, ignorar denúncias que
envolvessem o governo ou quem quer que fosse. Tenho exercido minhas funções com
a mais completa autonomia jornalística, como raras vezes aconteceu na minha
carreira, que a esta altura, não é tão curta”, disse o novo presidente.
Ricardo
Melo disse também que trabalhará para a valorização dos funcionários da
empresa. ”Nossa estrutura de cargos e salários não corresponde às necessidades
próprias de uma empresa de comunicação. É por isso que está sendo proposto
tanto um redesenho de nossa estrutura administrativa quanto a aceleração da
implantação do Plano de Carreiras e Remunerações (PCR)".
Durante
a posse, na sede da EBC, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República, Edinho Silva, disse que a empresa deve trabalhar para
se tornar cada vez mais relevante para os brasileiros. "Só há um caminho
para a EBC, ela tem que ser relevante para a sociedade brasileira". Em
relação a críticas que a EBC recebeu pela cobertura do processo de impeachment
de Dilma Rousseff, o ministro rebateu sustentando que o jornalismo foi plural e
imparcial. "Não deixamos de ser imparciais, não deixamos de criticar o
governo, não deixamos de demonstrar a pluralidade do pensamento, mas a EBC, por
meio da TV Brasil, da Agência Brasil e da Rádio Nacional, foi relevante perante
a sociedade brasileira. Quem queria uma cobertura plural sabia onde encontrar,
quem queria debater os fatos de verdade sabia onde os fatos estavam".
Em
discurso, o ministro voltou a defender a presidenta Dilma Rousseff e disse que
o processo de impeachment, em curso no Senado Federal contra ela, é um erro.
Ricardo
Melo substitui Américo Martins, que se desligou da empresa, a pedido, em
fevereiro.
Com
informações Agência Brasil
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