O presidente em exercício Michel Temer reuniu pela primeira vez sua equipe ministerial. (Foto: José Cruz) |
Mesmo
com ministério formado após ampla disputa por espaços, governo Michel Temer
(PMDB) anunciou ontem uma espécie de “pente-fino” na máquina pública. Em sua 1ª
reunião com a equipe ministerial, o presidente em exercício orientou a equipe
para a auditoria de programas sociais e cortes de até 25% dos cargos
comissionados e gratificações.
“O
que nós temos é uma meta física. Se a gente puder passar dos 4 mil cargos ou
postos de trabalho, nós passaremos. É uma meta, mas é claro que não haverá um
processo de paralisia quando alcançar a meta”, disse o novo ministro do
Planejamento, Romero Jucá (PMDB). Segundo ele, a intenção é “rever a estrutura
organizacional” do governo.
“Todas
as empresas e todos os bancos estão sujeitos a esse novo ordenamento de comando
que é simples e direto: gastar menos com ele e mais com a atividade de fim”,
disse. Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB) disse que o governo também
“simplificará” até 51 denominações para cargos públicos até o final deste ano.
Apesar
de destacar que nenhum programa social será cortado pelo governo interino, Jucá
afirmou que alguns programas estão hoje com “subfuncionamento” e podem ser
“aperfeiçoados”. Novo ministro da Saúde, Ricardo Barros disse que, hoje, cerca
de 30% a 40% dos beneficiários dos programas não se enquadram nas regras
relativas às faixas de renda.
Segundo
estudo da ONG Contas Abertas, o governo federal somava mais de 20 mil cargos comissionados
até 2013. Nos últimos anos, no entanto, a presidente afastada Dilma Rousseff
também promoveu cortes na máquina. Outros estudos apontam existência de até 100
mil cargos.
Governo
Temer
Antes
do anúncio do “choque”, Temer já havia cortado de 32 para 23 o número de
ministérios do governo. Na primeira edição do Diário Oficial da União assinado
pelo presidente em exercício, divulgada ontem, já estão oficializadas as
mudanças, incluindo a polêmica extinção do Ministério da Cultura, incorporado
ao Ministério da Educação.
Apesar
dos cortes, composição do ministério do peemedebista acabou sendo bem mais
política do que o esperado, acomodando diversos partidos que atuaram pelo
impeachment de Dilma. Indicação de Ricardo Barros (PP) para a Saúde, por exemplo,
ocorreu após bancadas do partido vetarem a indicação do cirurgião Raul Cutait
para o cargo.
A
pressão contra a indicação ocorreu pois deputados temiam que, com indicação
técnica, perderiam “espaço” nos cargos de segundo escalão da pasta. Outras pastas,
como a Integração Nacional, tiveram nomeação após acirrada disputa entre
bancada do PMDB no Senado.
Ações
anunciadas
Corte
de comissionados
Segundo
Romero Jucá, governo cortará até 4 mil cargos comissionados do governo. Ele
avalia, no entanto, que meta poderá ser reavaliada.
Auditoria
de programas sociais
Segundo
o governo interino, alguns programas estão hoje com
"subfuncionamento" e podem ser “aperfeiçoados”. Eles apontam, por
exemplo, beneficiários que não se enquadram nos perfis.
Simplificação
de cargos
Governo
quer “simplificar” até 51 denominações para cargos de livre indicação do
governo. Dessa maneira, cargos comissionados seriam menos genéricos e mais
facilmente controlados.
Extinção
de ministérios
Número
total de ministérios do governo federal foi reduzido de 32 para 23. Confira
algumas pastas que sofreram modificações pela gestão:
Ministério
da Cultura
Uma
das mais polêmicas mudanças, o Ministério da Cultura foi extinto e incorporado
ao Ministério da Educação, comandado pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE). É a
primeira vez, desde o governo ditatorial de Ernesto Geisel, que o País não tem
uma pasta exclusiva para a Cultura.
Secretarias
de Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos
Os
grupos foram extintos, e tiveram suas funções incorporadas à pasta de Justiça e
Cidadania. A pasta é comandada pelo polêmico advogado Alexandre de Moraes,
ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo e que já teve conduta
repressiva durante episódio da ocupação de escolas paulistas.
Desenvolvimento
Social e Combate à Fome e Desenvolvimento Agrário
Foram
fundidas e formaram a nova pasta de Desenvolvimento Social e Agrário.
Ciência
e Tecnologia e Previdência
A
primeira passou a integrar a pasta das Comunicações. Já a segunda foi
incorporada pelo Ministério da Fazenda. Apesar disso, o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) será transferido para a pasta do Desenvolvimento Social e
Agrário.
Secretarias
de Portos, Aviação Civil, Casa Militar da Presidência e Comunicação da
Presidência
Foram
extintas
Controladoria-Geral
da União
Passou
a ser chamada de Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. Segundo
o titular da pasta, a mudança de nome não comprometerá prerrogativas da CGU.
Com
informações O Povo Online
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