Deputadas e deputados de vários estados realizaram protesto ontem no plenário da Câmara após decisão do STF que afastou Cunha (Foto: Divulgação/Psol) |
“Antes
tarde do que nunca”, declarou o deputado José Aírton Cirilo (PT), repetindo a
reação de Dilma Rousseff à suspensão do mandato de Eduardo Cunha pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). A aprovação ao resultado do processo foi partilhada por
outros deputados federais cearenses. Há divergência, entretanto, quanto ao que
poderia ser interferência da Suprema Corte no poder legislativo.
Para
o deputado Genecias Noronha (Solidariedade), Cunha deveria ser apenas afastado do comando
da Casa, o que o impediria de estar na linha sucessória da presidência, mas a
privação do mandato foi um exagero. “Não precisava de tudo isso”, comentou o
parlamentar, para quem a questão não deveria ser de competência do STF.
Para
alguns parlamentares, porém, a ação dos ministros do Supremo era necessária.
“Esperava que o STF o afastasse, já que (na Câmara) não conseguimos”, afirmou
Cabo Sabino (PR). Segundo Chico Lopes (PCdoB), o acompanhamento do supremo
deveria ter sido mais veloz. “O Tribunal deveria ser mais ágil com essas
questões de corrupção. Não é só com ele, é com todos”. O parlamentar também
questionou o trâmite do processo contra Cunha no parlamento. “Tem mais de 100
deputados sobre a liderança dele (de Cunha),” afirmou.
Tendo
contribuído para eleger Cunha para o comando da Câmara, em janeiro de 2015,
alguns dos parlamentares cearenses consideram que o afastamento é constrangedor
para toda a Casa, mas necessário. “Votei nele pra presidência e acho que ele
inclusive cumpriu o papel. Teve coragem de fazer algumas votações que tiraram a
Câmara da mesmice. Mas a gente tem que reconhecer que houve atos que, se
constatada a culpa, ele precisa ser punido,” ponderou Danilo Forte (PSB).
“Quando
ele foi candidato, na minha opinião, era o melhor”, reconheceu o Cabo Sabino. O
deputado considera também que a relação entre a Câmara e o Executivo deve ser
revista. “Só espero que ele seja cassado e afastado e que o futuro presidente
não seja da base do governo,” afirmou. Já o deputado Moses Rodrigues (PMDB),
foi enfático ao expor sua reserva em relação à Cunha: “Não tenho corrupto de
estimação”.
Com
a suspensão de Eduardo Cunha, os deputados questionam a conjuntura no
Legislativo, pensando, inclusive, na possibilidade de grandes rearranjos. Para
o petista José Airton Cirilo, “a saída do Eduardo Cunha quebra o monopólio de
um grupo muito conservador e vinculado a interesses escusos”.
Chico
Lopes considera a reestruturação imprescindível. “Eu diria que a Câmara está no
fundo do poço. Todos nos que fazemos esse poder estamos em uma situação
difícil,” reclamou.
Com
informações O Povo Online
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