Após
uma série de críticas de setores da sociedade e da classe artística, o
Ministério da Cultura será recriado. A decisão do presidente interino Michel
Temer foi confirmada pelo ministro da Educação, Mendonça Filho.
O ministro da
pasta será Marcelo Calero, que já havia sido escolhido para chefiar a área de
cultura quando ainda se pensava nela como uma secretaria vinculada ao
Ministério da Educação (MEC). A medida provisória que trata da recriação da
pasta será publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira (23/05). A
posse de Calero está prevista para o dia seguinte.
A
decisão foi tomada após uma conversa de Temer com Mendonça Filho. O presidente
expôs sua vontade de recriar a pasta recém-extinta e pediu a opinião do
ministro. Mendonça Filho, então, concordou. “É um gesto no sentido de serenar
os ânimos e focar no objetivo maior: a cultura brasileira”, disse o ministro,
em nota divulgada ontem (21/05) pelo MEC no Facebook.
Na
mesma nota, Mendonça Filho confirmou o nome de Calero como ministro. “Com
Marcelo Calero, vamos trabalhar em parceria para potencializar os projetos e
ações entre a educação e a cultura”. Calero chefiava, desde o ano passado, a
Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Ele tem 33 anos e ingressou
na carreira diplomática no Itamaraty em 2007.
Desde
que assumiu interinamente a Presidência da República, em 12 de maio, e anunciou
a extinção do Ministério da Cultura, Temer recebeu críticas de personalidades e
grupos ligados à produção cultural. No dia de sua posse como ministro, Mendonça
Filho chegou a garantir uma política cultural forte, mesmo com a fusão da
Cultura e do MEC. “Você pode ter dois ministérios com pouca força e também pode
ter duas áreas fundamentais como cultura e educação andando mais fortalecidas”,
disse na ocasião.
Mesmo
após as declarações, as críticas continuaram, e a pressão pela volta do
Ministério da Cultura não diminuiu. Durante encontro com servidores da Cultura,
no dia 13 de maio, Mendonça Filho foi vaiado. “Me explica, por favor, como
acaba um ministério sem falar com servidor”, gritavam em coro. Durante o seu
discurso, o ministro foi interrompido várias vezes pelos protestos.
Na
Bahia, também houve atos contrários à extinção do ministério. Manifestantes
ocuparam o escritório do Ministério da Cultura em Salvador. Cineastas
brasileiros também criticaram a extinção do ministério no tradicional Festival
de Cannes. “A extinção do Ministério da Cultura deixou todo mundo em alerta, a
gente não faz ideia do que pode vir por aí, e os sinais que têm chegado a nós
não têm sido bons”, preocupou-se o cineasta pernambucano Fellipe Fernandes, que
exibiu seu curta, O Delírio É a Redenção dos Aflitos, no festival francês.
Com
informações Agência Brasil
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