Praça central de Potiretama na região Jaguaribana (Foto: Divulgação) |
Afastados
dos grandes centros de convulsão política e com uma rotina típica de cidade do
Interior, os moradores do município de Potiretama (a 279 quilômetros de
Fortaleza), que em 2014 registraram a maior porcentagem de votos do Ceará na
presidente Dilma Rousseff (PT), não se dizem arrependidos da escolha. Apesar
das manifestações contra o governo, do processo de impeachment e das denúncias
de envolvimento em esquemas de corrupção, Dilma e seu tutor, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, ainda detêm o prestígio dos potiretamenses.
Diante
da crise política no Governo, o jornal O POVO foi até o município, já na divisa com Rio
Grande do Norte, saber se a presidente ainda conta com a simpatia do eleitorado
local. Não foi difícil encontrar eleitores dizendo que, se as eleições fossem
hoje, repetiriam o voto no PT. Cercados por estrutura de proteção social que
vai desde o Bolsa Família aos programas de apoio rural, os moradores são
enfáticos ao falar da mudança na cidade desde o suporte do Governo.
“No
nosso município, quando chegava uma época dessas de seca, as pessoas da
Baixinha (localidade rural de Potiretama) já vinham atacar a cidade. Quando
chegavam aos comércios, os comerciantes faziam uma feira e saía cada qual com
uma feirinha pra casa. Quando aquela feira acabava, lá vinham de novo, atacavam
colégio, as merendas. Quando o PT chegou, mudou a história”, diz a agricultora
Maria Creusa da Silva, de 50 anos. Na porta de casa dela, permanece intacto
colado um adesivo da campanha de Dilma ao lado de Lula. “Quem chega aqui, já
sabe que sou PT”, brinca Creusa.
O
discurso em torno da presidente se confunde com os elogios a Lula. Logo o nome
do ex-presidente substitui o da atual. A professora Lindocélia Macena Saldanha,
37, divide a profissão com a venda de queijos na cidade. Ela diz ser eleitora
de Lula “desde que se entende por gente”, quando acompanhava o pai defendendo o
ex-presidente. “Votei e voto nele quantas vezes ele se candidate. Foi o único
que a gente viu que deu oportunidade ao povo carente”, defende.
Entre
as ações ressaltadas pelos potiretamenses, estão construção de açude para
garantir o abastecimento de água, suporte financeiro de empréstimos,
seguro-safra, desenvolvimento de projetos junto à população rural e Bolsa
Família. “Se tirar Dilma, se tirar Lula, quem é que fica? Quem vai assumir?
Numa época dessa de seca, a oposição fala: o Lula deu o Bolsa Família, deixou o
homem mais preguiçoso. Mas eles (beneficiários) não acham isso, não. Fala isso
para quem tem um Bolsa Família ou algum programa social?!”, pontua Creusa.
O
agricultor Antônio Francisco de Freitas, 37, destaca que há quem não queira
opinar sobre a crise política “porque não sabem se está mesmo acontecendo ou é
só coisa da televisão”. “Não se sabe se isso é mídia ou marketing, mas está
dividindo as opiniões porque hoje as pessoas estão sentindo o impacto no
bolso”, frisa.
“A
gente sabe que há anos vêm acontecendo (corrupção). Se eles deverem, que eles
paguem. Agora, deixe chegar o tempo dela (Dilma)”, sugere Lindocélia.
Com
informações O Povo Online
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