Dilma durante reunião com governadores no Palácio do Alvorada no ano passado (Foto: Ichiro Guerra) |
Pelo
menos 20 deputados federais que ocupam secretarias de Estado podem voltar à
Câmara em articulação dos governadores para votação do pedido de impeachment de
Dilma Rousseff neste domingo. Na tarde de hoje, Camilo Santana (PT) entra no
movimento, com reunião marcada com o deputado Adail Carneiro (PP), atualmente
licenciado para ocupar cargo na gestão petista.
Ao
todo, podem reforçar bancadas 15 deputados a favor do pedido e outros cinco contra.
Além de “afastar” suplentes que não votem conforme seus interesses,
governadores têm usado estrutura dos Estados para pressionar parlamentares na
votação.
Na
semana passada, por exemplo, cúpula do PSDB aprovou posição pró-impedimento,
incluindo ação dos seis governadores da sigla pela busca de votos em seus
estados. Já o governador da Bahia, Rui Costa (PT), participa de reuniões com
partidos aliados desde a terça-feira em Brasília. Costa teria conquistado cinco
votos do PSD baiano.
Em
São Paulo, cinco secretários de Geraldo Alckmin (PSDB) deixaram o governo só
neste mês - todos votam pelo afastamento de Dilma. Já Wellington Dias (PT), do
Piauí, exonerou o secretário de Segurança e a primeira-dama do Estado, Rejane
Dias (PT), que votarão contra o pedido.
No
Ceará, único secretário cotado para deixar o cargo e voltar à Câmara é o
assessor especial do governo em Brasília, Adail Carneiro. Atualmente, ocupa a
vaga o suplente Paulo Henrique Lustosa (PP), que ainda não definiu seu voto no
processo. “O governador me chamou para conversar, o que deve ocorrer já hoje”,
confirma Adail.
Sem
antecipar conteúdo da conversa, o deputado está hoje “em cima do muro”, sem
confirmar voto a favor ou contra o impeachment. “Essa questão a gente precisa
estar bem atento. Eu, tecnicamente, não vejo motivo para impeachment, mas tem a
vontade da sociedade. A gente tem que estar atento ao nosso governador, mas
também ao partido”, disse.
Outros
dois deputados cearenses licenciados, Antônio Balhmann (PDT) e André Figueiredo
(PDT), permanecem afastados porque seus suplentes, Vicente Arruda (PDT) e
Ariosto Holanda (PDT), votarão contra o impeachment.
Primeiro
governador do PT no Ceará, Camilo tem tido atuação mais tímida do que a de
outros governadores do Nordeste em torno do impeachment - especialmente os
petistas. Procurada pelo O POVO, a assessoria do governo do Estado afirma que o
gestor tem mantido “reuniões de sempre” com deputados, mas nenhuma para tratar
especificamente do afastamento.
Adail,
Lustosa e o deputado Arnon Bezerra (PTB) afirmam não ter participado de
reuniões sobre o tema com Camilo. O POVO apurou, no entanto, que o petista tem
mantido encontros com parlamentares na busca por votos contrários ao
impeachment.
Além
dos cinco deputados, pelo menos quatro ministros com mandato de deputado podem
deixar os cargos para votar contra o impeachment. São eles os peemedebistas
Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Mauro Lopes
(Aviação Civil) e o petista Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário).
Com
informações O Povo Online
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